O importante (e desconhecido) papel do abraço no stress

A vida, com os seus desafios e pressões, pode ser bastante stressante. Para lidar com tamanho stress, as pessoas desenvolvem diferentes mecanismos. Entre as estratégias mais universais e reconfortantes está o abraço. Apesar de uso intuitivo, os mecanismos biopsicológicos por trás dos efeitos calmantes do abraço no stress ainda não são totalmente compreendidos.

Um estudo recente publicado no “International Journal of Environmental Research and Public Health” propôs-se a desvendar os fundamentos biopsicológicos por trás da regulação do stress através do abraço.

A equipa, liderada pela Dra. Chelsea E. Romney da Universidade Brigham Young, utilizou a técnica de avaliação ecológica momentânea (EMA) para monitorizar os hábitos de abraço de 112 estudantes universitários. Através de cinco mensagens de texto por dia, durante três dias, os participantes relataram se tinham recebido um abraço em intervalos de três horas. Além disso, recolheram amostras de saliva para medir os níveis de cortisol, uma importante hormona do stress, logo após o despertar e 30 minutos depois.

Os resultados

Os resultados revelaram uma associação interessante entre a frequência de abraços e a resposta de cortisol ao despertar (CAR). Os participantes que relataram mais abraços apresentaram um CAR significativamente menor na manhã seguinte, em comparação com aqueles que relataram menos abraços. Essa relação manteve-se mesmo após considerar o sexo e a frequência média de abraços como fatores de controlo.

Assim, os resultados sugerem que os abraços podem atuar como um sinal de segurança biológica, reduzindo a antecipação do stress no dia seguinte e, consequentemente, diminuindo o CAR. Essa resposta hormonal pode ser explicada pela libertação de oxitocina e dopamina durante o abraço, hormonas que promovem sentimentos de bem-estar e segurança.

Embora este estudo forneça importantes pistas sobre os efeitos biopsicológicos do abraço, a verdade é que ainda há muito a ser explorado. Investigações futuras podem investigar o papel de outros fatores, como a qualidade da relação entre as pessoas que se abraçam, a duração do abraço e o contexto social em que o abraço ocorre.

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