É isto que acontece quando uma bomba nuclear explode

À medida que as preocupações globais com o risco de conflitos nucleares se intensificam, é importante compreender o que acontece com a explosão de uma bomba atómica.

Rússia e Estados Unidos são responsáveis por, sensivelmente, 90% do arsenal nuclear global, conforme explica a Federação de Cientistas Americanos. Um eventual conflito levaria a um cenário apocalíptico. Não apenas pela tragédia imediata, que resultaria na morte de milhões de pessoas, como também pelo arrefecimento global, conhecido como inverno nuclear.

Quando uma quantidade específica de bombas é detonada, a fuligem proveniente das explosões e dos incêndios que delas resultam sobe até a estratosfera e bloqueia a luz solar. Teoricamente, esse bloqueio pode ser tão intenso a ponto de reduzir as temperaturas globais por vários anos, que prejudica a produção agrícola. O resultado seria a escassez de alimentos generalizada, independentemente das áreas onde as bombas tenham sido detonadas.

Num cenário alternativo, mais plausível, proposto por alguns especialistas em política externa, pode ocorrer um nuclear em escala limitada, com recurso a armas nucleares táticas. Aproximadamente 30% a 40% do arsenal nuclear dos Estados Unidos e da Rússia consistem em bombas menores, menos destrutivas, com alcance limitado, tanto em terra quanto no mar ou no ar. Embora estas armas causem muitos estragos, não seriam responsáveis por um cenário de holocausto nuclear global catastrófico.

A explosão de uma bomba nuclear

Quando uma bomba nuclear explode começa com uma reação de cisão, que envolve a divisão de núcleos de átomos pesados em núcleos mais leves, libertando assim neutrões. Estes podem colidir com os núcleos atómicos próximos, desencadeando uma reação em cadeia incontrolável. Tal resulta na explosão ‘final’, absolutamente destrutiva. 

Prova disso mesmo são os acontecimentos nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em que foi libertada energia equivalente a 15 a 20 quilotoneladas do explosivo trinitrotolueno, mais conhecido como TNT. As bombas termonucleares modernas vão mais além: utilizam a energia da reação inicial para fundir átomos de hidrogénio dentro da arma. Essa reação de fusão irá resultar numa bola de fogo com temperaturas comparáveis ao núcleo do sol. 

As trágicas consequências

Estar no epicentro de uma explosão deste tipo resulta, naturalmente, na morte instantânea. Por exemplo, uma arma nuclear de 10 quilotoneladas, equivalente ao tamanho das bombas de Hiroshima e Nagasaki, mataria imediatamente cerca de 50% das pessoas num raio de três quilómetros, principalmente devido a incêndios, exposição a radiação e também ferimentos fatais resultantes do desabamento de edifícios e de estilhaços. Na ínfima hipótese de sobrevivência a uma catástrofe dessa magnitude, os níveis de radiação após a explosão representariam um obstáculo significativo para os primeiros socorros.

Finalmente, as consequências ambientais e de saúde de um conflito nuclear são significativas. Dependendo da escala do conflito, as explosões podem até afetar o clima.

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