Morreu o paraquedista português Mário Pardo, aos 63 anos. O conhecido base jumper e instrutor de queda livre estava internado no hospital de Santa Maria, em Lisboa. Segundo o Correio da Manhã, foi vítima de uma complicação gerada por uma infeção pelo vírus da dengue.
A notícia foi primeiramente avançada na página ‘Boinas Verdes e Pára-quedistas’, no Facebook e, mais tarde, confirmada por pessoas próximas.
“Referência maior do paraquedismo nacional e internacional, exímio praticante e instrutor de queda livre, de tandem e igualmente uma verdadeira referência mundial de saltos de base jumping, o primeiro português neste tipo de saltos. Cumpriu o serviço militar nas Tropas Pára-quedistas, tem o brevet paraquedista n° 19406, Curso 109 de 1981”, lê-se na publicação.
As marcas de Mário Pardo, o homem que desafiou tudo
Símbolo do paraquedismo e da atividade de queda livre dentro e fora de fronteiras, Mário Pardo ficou igualmente conhecido por representar Portugal em várias competições. Mas foram os icónicos saltos que o tornaram ainda mais famoso.
Aliás, um dos episódios mais conhecidos aconteceu em 2005 quando saltou do tabuleiro da ponte 25 de abril, a partir de um camião em movimento. Pouco depois, em 2009, repetiu o feito, já com autorização. Em contrapartida, atirou-se do ponto mais alto da estrutura.
Numa entrevista ao Diário de Notícias, em 2018, disse: “Eu olho para uma ponte e penso: “era giro saltar daqui”, depois vejo um prédio e penso: “dava para saltar daqui”. A Ponte 25 de Abril é a da minha cidade e não podia escapar.”
“Na Ponte não é possível andar a pé, portanto se eu fosse a pé estaria a infringir uma lei e por isso fui um pouco mais criativo e meti-me em cima de um camião. Foi preciso planear. Passei inúmeras vezes por cima e por baixo para avaliar não só o salto, como a amaragem”, disse ao DN.
Em 2014, surpreendentemente, saltou do Padrão dos Descobrimentos, também em Lisboa. Todos os saltos foram registados em vídeo e publicados no Youtube.
“O céu não é o limite. É o ponto de partida”
Em outras palavras, Mário Pardo era um verdadeiro “homem-pássaro”. Eternizou-se sobretudo com a frase “O céu não é o limite. É o ponto de partida”, e justificou-o.
“Achei que devia reinventar esse conceito. Para mim o céu não era o limite, era o ponto de partida. Não é só uma frase gira, tem um significado real. Os limites podem sempre ser empurrados um pouquinho. O que entendemos hoje como limite não o é, é o ponto de partida para chegar mais além.” terminou Mário Pardo, em entrevista ao Diário de Notícias.
Fotografia: Facebook Boinas Verdes e Pára-quedistas