OMS considera produto muito utilizado pelos portugueses “provavelmente cancerígeno”

A Agência Internacional de Investigação do Cancro (IARC) da Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que classificou o talco como “provavelmente cancerígeno“. No entanto, um especialista externo advertiu que esta classificação não deve ser vista como uma “prova conclusiva”.

A decisão da IARC baseia-se em “provas limitadas” que sugerem uma ligação entre o uso de talco e o cancro do ovário em humanos, “provas suficientes” de que o talco causa cancro em ratos, e “fortes provas mecanicistas” que mostram sinais cancerígenos em células humanas.

Estamos perante um mineral natural amplamente utilizado na fabricação de pó de talco para bebés e em cosméticos. A IARC, com sede em Lyon, França, indicou que a maioria das pessoas está exposta ao talco através desses produtos. Contudo, a exposição mais significativa ocorre durante a extração e processamento do talco, bem como na fabricação de produtos que contêm o mineral.

A polémica do talco da Johnson & Johnson

Vários estudos têm mostrado um aumento consistente nas taxas de cancro do ovário entre mulheres que utilizam este produto nos seus órgãos genitais. No entanto, a possibilidade de contaminação do talco com amianto, uma substância cancerígena, não pode ser completamente excluída. “A relação causal entre o talco e o cancro não pôde ser completamente estabelecida”, concluiu a IARC, conforme publicado na revista The Lancet Oncology.

O anúncio surge pouco depois de a Johnson & Johnson, gigante da indústria farmacêutica e cosmética, ter concordado em pagar 700 milhões de dólares para resolver alegações de que enganou os clientes sobre a segurança dos seus produtos. Apesar de não admitir qualquer irregularidade, a empresa retirou o produto do mercado norte-americano em 2020.

Além disso, na sexta-feira, a IARC classificou o acrilonitrilo, um composto químico utilizado na fabricação de polímeros, como “cancerígeno para os seres humanos”, o nível mais elevado de alerta. A IARC citou “provas suficientes” que ligam o acrilonitrilo ao cancro do pulmão. Os polímeros fabricados com acrilonitrilo são utilizados em produtos que vão desde fibras de vestuário a alcatifas, plásticos e outros produtos de consumo.

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