Um estudo das Universidades de Clemson e Loyola, nos EUA, revelou que uma parte do ADN de Neandertal, que se misturou com o nosso ao longo da evolução, pode estar ligada à perturbação do espetro do autismo. A investigação indica que polimorfismos específicos, ou variações no ADN herdado dos Neandertais, são mais comuns em pessoas com autismo.
A análise incluiu 3.442 indivíduos, com e sem autismo, e mostrou que a associação se mantinha entre diversas populações, embora com diferentes equilíbrios. O estudo identificou 25 polimorfismos que afetam a expressão genética no cérebro, sendo mais prevalentes em pessoas autistas. Em alguns casos, a epilepsia também estava envolvida.
O que mostram os dados
Por exemplo, uma variante no gene SLC37A1 foi encontrada em 67% dos autistas brancos não hispânicos com epilepsia e familiares autistas, comparado com 26% dos autistas sem epilepsia e 22% das pessoas sem autismo ou epilepsia.
Os investigadores destacam que não é a quantidade de ADN de Neandertal que difere, mas sim a frequência de certas partes específicas desse ADN. Este estudo sugere que o impacto dos Neandertais na nossa fisiologia e no desenvolvimento do autismo merece investigação adicional.
Este é o primeiro estudo a evidenciar o papel ativo de alelos raros e comuns derivados do Neandertal na suscetibilidade ao autismo, abrindo caminho para futuras pesquisas sobre o impacto da hibridação antiga no desenvolvimento do cérebro e na saúde humana.