O Banco Central Europeu (BCE) admite que, se tudo correr bem, os juros de referência (taxas diretoras) na Zona Euro podem começar a descer em junho. A indicação foi dada pelo vice-Presidente do BCE, Luis de Guindos, numa audição da Comissão de Assuntos Económicos do Parlamento Europeu.
“Temos sido muito claros no que respeita à política monetária. Se as coisas continuarem a evoluir como ultimamente, em junho estaremos preparados para reduzir as restrições da política monetária”, admitiu o antigo ministro da economia de Espanha.
As projeções do BCE indicam que, até ao verão, a trajetória de descida da inflação mantém-se. Ainda assim, qualquer mudança pode influenciar a decisão do Conselho de Governadores, tanto em maio como em junho. Por isso, o regulador continua atento à meta de 2% de inflação apontada para 2025, mas também aos riscos.
Assim, a inflação média da Zona Euro deverá ser, este ano, de 2,4%.
Corte “à vista” em junho. E depois?
A ideia de iniciar o ciclo de descida das taxas de juro já começa a ganhar força em Frankfurt, mas ninguém sabe o que vai acontecer depois de junho. Nem o próprio BCE se compromete.
O Governador do Banco de França, François Villeroy de Galhau, membro do Conselho de Governadores do BCE, diz que o regulador “não dará indicações sobre as reduções das taxas de juro que serão efetuadas após a anunciada para junho”. Galhau diz que a primeira descida pode mesmo acontecer “no início de junho, a menos que haja uma surpresa”.
BCE não mexe nos juros em Abril
Tal como acontece desde setembro de 2023, as taxas de juro de referência da Zona Euro vão continuar inalteradas. Por isso, estão ainda acima dos 4%, com a taxa aplicável às principais operações de refinanciamento nos 4,5%.
São valores historicamente altos. No entanto, o BCE admite que é a única forma de alavancar um alívio da inflação nos países da moeda única. Christine Lagarde tem insistido na manutenção da sustentabilidade da descida da inflação.
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