Comer bem no Alentejo

A chuva de dezembro dá lugar aos dias frios de janeiro e as saudades do verão, e das tardes a comer num restaurante, começam a fazer-se sentir, especialmente do último. Foi no final de agosto de 2022 que tive a sorte de conhecer um pouco mais do nosso Alentejo. A gastronomia, as praias, a cultura do interior, a natureza… do melhor que há! Mas (tem sempre de existir um “mas” depois de um forte elogio) vivi situações que, até hoje, não percebo o motivo de terem acontecido.

O turismo está entre as principais indústrias que sustentam o nosso país, como tal não faz sentido que quem possui um negócio que envolve turistas, não funcione em torno da fonte de rendimento. Passo a explicar o sucedido:

Após um lindo dia na praia ou na piscina, toma-se um banho para refrescar e, de seguida, as pessoas aperaltam-se para ir jantar, saem do hotel ou apartamento para ir provar a típica gastronomia alentejana e deparam-se com vários dos poucos restaurantes que existem, fechados. E se não estão encerrados, “fecham com as galinhas”. E, se por algum motivo se atrasarem para ir jantar e chegarem ao restaurante tarde demais, têm de ir em busca de outro! Mas como assim outro? Não há outro…

Eu adoro o nosso Alentejo, mas como menina da cidade que sou, não consigo perceber o motivo de muitos restaurantes fecharem às dez da noite ou de estarem fechados a dias de semana, como vi acontecer na zona de Beja. E não, não falo das típicas segundas-feiras… Dei de caras com um restaurante que fechava às quartas e quintas!

Ah claro, sem falar nos domingos onde parece que não vive absolutamente ninguém na região. Se um grupo de amigos quiser aproveitar a praia na Lagoa de Santo André ou a piscina do hotel até mais tarde, depois não tem onde comer, até porque, a nível de opções, também não é muito enriquecido… Ou se uma família com crianças mais pequenas tiver o infortúnio de sofrer um imprevisto, ficam logo sem jantar.

Para não falar quando um grupo chega por volta das nove da noite e tem de escolher à pressa o seu jantar por entre um menu de 10 páginas repleto de gastronomia apetitosa, onde também se vê “obrigado” a “engolir”, perdão a comer, a comida o mais rapidamente possível porque o estabelecimento tem de fechar. Claro que aqui estou a generalizar, não é algo que acontece com todos os restaurantes alentejanos, mas é bastante comum.

O meu conselho é ir sempre ao “Mister Google” confirmar a que horas fecham os restaurantes. Assim, evita-se qualquer desfecho que possa estragar uma  noite (ou várias) de uma viagem que é, supostamente, para relaxar. Já agora, aconselho a confirmar, também, as avaliações… dá imenso jeito e estão lá por algum motivo.

Não censuro nunca a forma de agir destes restaurantes, cada um decide aquilo que é melhor para o seu negócio. Todavia, considero que seria mais proveitoso se os horários fossem um pouco mais flexíveis e adaptados ao público-alvo em relação à hora de fecho, assim conseguiriam receber todos os clientes e deixar os dois lados contentes a comer e saborear o belo verão alentejano.

 

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