Todos os anos, os impactos devastadores das alterações climáticas causadas pelo homem aumentam globalmente. Contudo, a relação entre saúde mental e mudanças climáticas é, por vezes, insuficientemente abordada pelos investigadores, dada a amplitude e variedade dos seus efeitos.
A linha entre saúde física e mental é, frequentemente, ténue. De acordo com a American Psychiatric Association (APA), “a poluição atmosférica e as temperaturas mais elevadas que acompanham o aumento dos gases com efeito de estufa aumentam significativamente o risco de problemas neurológicos e psiquiátricos, como acidentes vasculares cerebrais e demência“.
As consequências das mudanças climáticas são multifacetadas, incluindo alterações na oferta e conteúdo nutricional dos alimentos, contribuindo para condições psiquiátricas, stress decorrente de perda de emprego e até migração forçada.
O luto ecológico e a eco-ansiedade
Assim, emergiram novos termos como o luto ecológico e eco-ansiedade que são utilizados para descrever sentimentos de perda ou ansiedade em relação às mudanças climáticas, incluindo incerteza quanto ao futuro, conforme destacado pela APA.
Um inquérito em 2019 revela que 48% dos inquiridos afirmam ter sofrido impactos em sua saúde mental devido às mudanças climáticas, especialmente nas gerações mais jovens. Um estudo do Lancet mostra que 84% das crianças e jovens adultos, entre 16 e 25 anos, estão pelo menos moderadamente preocupados com as mudanças climáticas, sendo que 59% estão muito ou extremamente preocupados.