O Partido Socialista foi o vencedor das eleições europeias que, durante os próximos cinco anos, definem a composição do Parlamento Europeu em Bruxelas e Estrasburgo. A candidatura encabeçada por Marta Temido arrecadou 32,1% dos votos e garantiu a eleição de oito eurodeputados.
Vencedor, mas por pouco. A Aliança Democrática (AD) ficou colada ao primeiro lugar, ao garantir 31,1% dos votos (em detalhe, a diferença foi de 0,98%). Sebastião Bugalho está assim de malas feitas para Bruxelas, juntamente com outros seis eleitos pela AD.
O grande derrotado da noite foi o Chega. A candidatura encabeçada por António Tânger Corrêa ficou em terceiro lugar, com 9,8% dos votos e com dois eurodeputados eleitos. O resultado ficou abaixo da expectativa que havia para as eleições. Aliás, as projeções iniciais das televisões davam conta que o Chega poderia ser ultrapassado pela Iniciativa Liberal (IL), que acabou em quarto lugar.
Ainda assim, os liberais dão um salto de gigante em comparação com as eleições europeias de 2019. Na altura, tiveram 0,88% dos votos. Quatro anos depois, arrecadam 9,1% e elegem dois eurodeputados. Tanto o Chega como a IL passam a estar representados em todos os Parlamentos para os quais os portugueses votam (Continente, Regiões Autónomas da Madeira e Açores e Europa).
Bloco e CDU salvam-se nas Europeias. “Adeus, Bruxelas” ao PAN
É provável que tenha sido uma noite de nervos para os partidos mais à esquerda. O Bloco de Esquerda e a CDU (PCP+PEV) enviam, cada um, um deputado para Bruxelas. Ambos perdem um mandato no Parlamento Europeu.
A ex-coordenadora do Bloco, Catarina Martins, foi eleita eurodeputada depois de o partido ter garantido 4,3% dos votos, menos de metade do obtido em 2019. João Oliveira também faz as malas sozinho. A CDU arrecadou 4,1% dos votos.
As projeções iniciais ainda davam a hipótese, mesmo que remota, do Livre poder vir a eleger um eurodeputado. Francisco Paupério, cabeça-de-lista, fica pelo caminho. O mesmo se aplica a Joana Amaral Dias, da Alternativa Democrática Nacional, que ultrapassou o PAN por duas décimas.
O Pessoas-Animais-Natureza diz adeus a Bruxelas. Com 1,2% dos votos, perdeu o único deputado que tinha. O cabeça-de-lista Pedro Fidalgo Marques não foi eleito.
Além de vencedores e vencidos, outro dado relevante é o da abstenção. Embora tenha sido a mais baixa em 20 anos, continua acima dos 60%. Em 2024 foi 62,5%. O voto em mobilidade terá contribuído para uma maior mobilização dos portugueses às urnas.
Há 21 candidatos eleitos. Conheça os nomes
O Partido Socialista elege oito eurodeputados. Marta Temido, Francisco Assis, Ana Catarina Mendes, Bruno Gonçalves, André Rodrigues, Carla Tavares, Isilda Gomes e Sérgio Gonçalves.
A Aliança Democrática envia sete eurodeputados para Bruxelas: Sebastião Bugalho, Ana Miguel Pedro, Paulo Cunha, Helder Sousa Silva, Lídia Pereira, Sérgio Humberto e Paulo Nascimento Cabral.
O Chega elege dois eurodeputados: António Tânger Corrêa e Tiago Moreira de Sá.
Quarta classificada, a Iniciativa Liberal elegeu João Cotrim de Figueiredo e Ana Martins.
O Bloco de Esquerda elege a sua ex-coordenadora, Catarina Martins e a CDU elege João Oliveira.