Apaixonado por juntar o trabalho remoto a lugares interessantes, Gonçalo Hall, criou o projeto Digital Nomad Village, em Ponto do Sol, na Madeira. Agora, prepara-se para voar até ao Brasil para criar a primeira comunidade de nómadas digitais. Tem mantido colaborações com empresas e organizações com o intuito de transformar o nomadismo digital. No seu podcast Remote Work Movement, conversa com personalidades influentes deste universo do trabalho remoto.
A TejoMag esteve à conversa com o também formador e consultor e quis perceber o que o futuro lhe reserva no país ‘irmão’. Além disso, o nómada digital analisou o que se está a passar em Lisboa que, outrora, foi o destino preferido para muitos!
Quais são os seus objetivos no que toca à comunidade de digital nomads no Rio de Janeiro?
Após o sucesso significativo do nosso projeto na Madeira, fui convidado pela cidade do Rio de Janeiro para liderar o projeto Digital Nomads Rio. O objetivo é atrair um número crescente de nómadas digitais para a cidade e consolidar o Rio de Janeiro como um dos principais destinos globais para este público. É uma cidade vibrante, com uma riqueza cultural e natural impressionante. Acredito que merece mais atenção por parte da comunidade de nómadas digitais.
Neste momento, estamos a estabelecer parcerias locais e a organizar eventos que promovam a integração destas comunidades. O nosso objetivo é que, dentro de um ou dois anos, o Rio de Janeiro se torne num hub de referência para milhares de nómadas digitais. Isto não só trará uma maior internacionalização da cidade, mas também contribuirá para o crescimento do ecossistema de startups, empreendedorismo e trabalho remoto.
Madeira é caso de sucesso
Como é que Portugal pode atrair mais nómadas digitais e quais os benefícios que isso traria?
Portugal já foi o destino preferido de milhares de nómadas digitais, especialmente em Lisboa. No entanto, com a redução dessa dinâmica na capital, temos assistido ao florescimento de novas comunidades noutros locais do país, como Lagos, Portimão, Ericeira, Madeira e Porto, o que, a longo prazo, é vantajoso para a descentralização.
Temos uma oportunidade única de continuar a atrair pessoas inovadoras e talentosas para Portugal, que não só trabalharão a partir do nosso país, mas também terão a oportunidade de conhecer a nossa cultura, investir na nossa economia e partilhar o seu conhecimento com a comunidade local. O impacto económico positivo é evidente, como demonstra o exemplo da Madeira, onde os nómadas digitais geram mais de 30 milhões de euros por ano.
Mas é igualmente importante destacar o impacto social, com muitos nómadas a contribuírem ativamente para as comunidades locais, seja através do seu conhecimento, projetos ou trabalho. Portugal tem aqui uma grande oportunidade de diversificar e fortalecer a sua economia, descentralizando a comunidade de nómadas digitais de Lisboa para outros destinos com maior sazonalidade ou que beneficiariam de iniciativas de repovoamento e revitalização económica.
Author: Miguel Penhalta