Após a provocação anterior que muito deu que falar, que envolveu a colocação de um tapete coberto de notas falsas no altar-palco da Jornada Mundial da Juventude em preparação para a visita do Papa, o artista Bordalo II voltou a criar uma obra de protesto, desta vez focando-se nos preços dos imóveis.
A mais recente intervenção, intitulada “Desalojamento Local“, critica a proliferação de alojamentos locais em Portugal e, consequentemente, a falta de casas disponíveis e acessíveis para os portugueses.
“O problema é a ganância do privado Vs. a incompetência do Estado. Não critico turistas, estrangeiros e muito menos imigrantes, mas sim a falta de medidas que consigam equilibrar a balança e parar de expulsar as pessoas que realmente vivem nas cidades, transformando-as em gigantes parques de diversão sem alma”, começou por escrever nas redes sociais.
“Em Portugal, em 2023 há pessoas que se levantam todos os dias para trabalhar 8 ou mais horas e chegam ao final do mês sem sequer conseguir pagar uma casa onde viver”, alerta.
Como forma de protesto, o artista criou a “Rua das Angústias” e instalou quatro tendas que representam casas no Miradouro de São Pedro de Alcântara, em Lisboa. Nas placas de sinalização, apenas se lê referências a hotéis, hostels e postos de turismo, com a frase “Exceto turistas, nómadas digitais e vistos gold”.
Sábado é dia de manifestação
Além disso, o artista também renomeou praças e ruas, como a Praça do Príncipe Real, agora chamada de “Place du Prince Royal”, e a Rua de Campo de Ourique, que passou a ser conhecida como “Rue Champ de D’Ouris”.
Em jeito de conclusão, apela à participação na manifestação “Casa para viver, Planeta para habitar”, que terá lugar neste sábado, 30 de setembro, em 24 cidades portuguesas. Em Lisboa, a concentração terá lugar na Alameda, enquanto no Porto, o ponto de encontro será na Praça da Batalha.