Tradicionalmente, presume-se que as infecções hospitalares são causadas por superbactérias presentes nas instalações médicas. No entanto, estudos genéticos revelam que muitas dessas infecções são originadas por bactérias anteriormente inofensivas já presentes no corpo dos pacientes antes de chegarem ao hospital.
Uma investigação recente, publicada na revista Science Translational Medicine, destaca que as infeções do local da cirurgia são particularmente problemáticas. Estas, que representam uma parte significativa dos custos hospitalares, são uma causa comum de readmissão hospitalar e mortalidade pós-operatória.
Apesar dos esforços dos hospitais para prevenir essas infeções, que incluem a esterilização de todo o equipamento cirúrgico, a utilização de luz ultravioleta para limpar a sala de operações, o cumprimento de protocolos rigorosos para o vestuário cirúrgico e a monitorização do fluxo de ar na sala de operações, elas ainda acontecem com frequência: 1 em cada 30 procedimentos. Normalmente, sem explicação plausível sobre o porquê.
Infeções cada vez mais difíceis de combater
O uso de antibióticos durante a cirurgia é uma prática padrão, mas a resistência aos antibióticos está a aumentar, o que pode contribuir para mais casos de infecção pós-operatória. Uma equipa de médicos-cientistas da Universidade de Washington investigou infecções pós-cirúrgicas na coluna vertebral. Descobriram que muitas dessas infeções eram causadas por bactérias já presentes na pele dos pacientes antes da cirurgia. Surpreendentemente, muitas dessas bactérias eram resistentes aos antibióticos usados durante a cirurgia.
Este estudo destaca a importância de compreender as origens das infecções hospitalares e sugere que a resistência aos antibióticos pode ser mais comum do que se pensava anteriormente. Essa descoberta tem implicações importantes para a prática médica e a prevenção de infecções pós-cirúrgicas.