A opinião é unânime entre os especialistas. Se um navio cargueiro ou de cruzeiro embatesse num dos pilares da ponte 25 de Abril, dificilmente a estrutura estaria preparada para resistir ao impacto.
Em declarações à TSF, o engenheiro Luís Simões explica: “Não há ponte que esteja preparada para sofrer o embate de um cargueiro”. Nestes casos, aliás, “o defeito é da trajetória que o cargueiro seguiu”.
“Os pilares têm proteções para pequenos embates de pequenas embarcações. A ponte sobre o Tejo tem uma base de betão que está ligeiramente saliente fora de água para eventuais embates de pequenas embarcações. Mas se um cargueiro ou até mesmo um navio cruzeiro chocasse contra um dos pilares, a maior probabilidade é que também caísse“.
Ao Observador, o engenheiro António Adão da Fonseca explica que o colapso do tabuleiro seria inevitável num acidente em contexto semelhante. “Cai um pilar, caem os vizinhos, pelo menos. Isso é garantido”, assegura. À CNN, um outro especialista nota que já houve outros embates na travessia sobre o Tejo, mas que não provocaram danos estruturais.
O acidente na ponte de Baltimore
O Governador do Estado norte-americano de Maryland diz que o navio cargueiro que embateu na ponte Francis Scott Key teve um problema elétrico. A embarcação ainda emitiu um pedido de socorro mas não a tempo de evitar o acidente.
Segundo a Euronews, as autoridades tiveram cerca de 90 segundos para cortar o tráfego automóvel em segurança, depois de ter sido informada que o navio tinha perdido o controlo da direção. O embate aconteceu por volta das 1h30 mas ainda havia carros a circular no momento. Ainda há várias pessoas desaparecidas.
As imagens do acidente tornaram-se virais na internet. Mostram a estrutura a cair após o embate do navio.
A ponte de Baltimore tem 2,6 quilómetros de comprimento, mais 300 metros do que a 25 de abril, em Lisboa. O navio cargueiro seguia a apenas 15 km/hora, mas o peso foi crucial para a dimensão do desastre.