Portugal cai dois lugares no ranking de liberdade de imprensa. Extremismo mantêm-se uma ameaça

O mais recente levantamento dos Repórteres sem Fronteiras não traz boas notícias para Portugal. Apesar de se manter no Top 10 dos países com maior liberdade de imprensa, o país caiu duas posições na tabela e está agora em 9º lugar no ranking que avalia a
liberdade do jornalismo, num total de 180 países e territórios.

Segundo o relatório, apesar de já ter estado em 9º lugar em 2021, a liberdade de imprensa em Portugal é “satisfatória” (em 2022 era “muito boa”) e o país lidera agora o grupo de países com a mesma classificação. Os jornalistas continuam a usufruir de liberdade e proteção pela lei no exercício de funções mas os salários dos profissionais do setor continuam numa trajetória de desvalorização. Porém, à semelhança do último levantamento em 2022, o trabalho dos repórteres corre o risco de ameaça por grupos extremistas.

Segundo o último relatório dos Repórteres sem Fronteiras, Portugal caiu duas posições no ranking mundial que avalia a qualidade do jornalismo.

“Em geral, o Governo e os partidos políticos respeitam o trabalho dos media. No entanto, enquanto cobriam as suas atividades durante as eleições presidenciais de janeiro de 2021, os jornalistas foram ameaçados e insultados por apoiantes do partido de extrema-direita Chega, bem como pelo seu diretor de campanha”, pode ler-se na ficha de Portugal, que conta ainda com referências a episódios ocorridos em 2021.

Além do cenário político, o ranking avalia outros indicadores como o contexto económico e sociocultural, o enquadramento legal e a segurança. São depois avaliados com recurso a variadas plataformas ou inquéritos até se chegar ao relatório com as conclusões e classificações finais.

Na 21ª edição do ranking mundial referente à Liberdade de Imprensa, a Noruega continua a ser o país com o jornalismo mais livre, a par dos demais escandinavos (Suécia caiu de 3º para 4º e a Dinamarca desceu de 2º para 3º lugar na tabela). A Irlanda registou um salto e ocupa agora o 2º lugar. Os Países Baixos subiram 22 posições e estão em 6º lugar.

O site dos Repórteres sem Fronteiras disponibiliza um mapa interativo com informação específica sobre cada país.

Na Europa, alguns países registaram quedas significativas no ranking referente ao tema. Exemplo para a Alemanha (16º para 21º), Espanha (32º para 36º) e Reino Unido (24º para 26º). Todos receberam avaliação “satisfatória”. A Coreia do Norte continua a ocupar o último lugar da tabela e a China é agora o segundo país/território do mundo com menor liberdade de imprensa (ocupava o 175º lugar). Os Repórteres sem Fronteiras traçam um cenário “muito sério” em 31 países, “difícil” em outros 42 e “problemático” em 55 nações. Pelo contrário, 52 países ocupam agora uma posição “satisfatória”. Em resumo, apenas 3 em cada 10 países do mundo têm uma Liberdade de Imprensa considerada boa ou satisfatória.

Quanto à Ucrânia, subiu quase 30 posições e ocupa agora o 79º lugar, dentro do grupo de países com jornalismo satisfatório. A Rússia mantém-se no vermelho, na 164º posição do ranking mundial.

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