O que se sabe sobre o meteoro que atravessou Portugal?

A passagem de um meteoro pelos céus de Portugal não passou despercebida a quem estava na rua. Muitos assustaram-se, outros ficaram surpreendidos e, naturalmente, houve quem conseguisse gravar o momento. Aliás, o clarão e o rasto de luz formados pelo fenómeno devolveram o dia durante alguns segundos a quase todo o país.

Faltavam poucos minutos para a meia-noite em Portugal continental. A rocha espacial irrompeu a atmosfera na cidade espanhola de Badajoz a 166 mil quilómetros por hora (45 km/segundo) e 122 quilómetros de altitude. Dada a velocidade, a passagem pelos céus durou apenas alguns segundos

A “explosão” vista no final dos vídeos publicados não é nada mais que a fase final da desfragmentação do objeto. Aconteceu a 55 quilómetros de altitude e o meteoro acabou por cair no Oceano Atlântico

Meteoro ou meteorito?

A dúvida surge de imediato. Especialistas ouvidos por vários jornais explicam que se tratou de um meteoro (chamado, em primeiro lugar, de “meteoróide” antes de entrar na atmosfera). Assim, a designação “meteorito” é atribuída apenas quando as rochas espaciais atingem o solo, antes de se desintegrarem por completo. Não foi o que aconteceu.

No entanto, foi um meteoro que atravessou os céus de Portugal, dado que o objeto acabou consumido pela atmosfera. Acontece através do atrito provocado pelo ar na rocha espacial. Quanto à magnitude, é classificada como “intermediária”.

Além disso, a Agência Espacial Portuguesa explica à SIC que os detritos do meteoro acabaram por ser projetados para o mar, já acima do norte de Portugal. Por isso, fica descartada qualquer queda de meteoritos em terra.

O significado do clarão do meteoro

Ao Público, o diretor do Planetário – Casa da Ciência de Braga explica que a luminosidade de um fenómeno deste género nada tem que ver com o tamanho do objeto. Aliás, a explicação está na densidade, que determina a intensidade. Já o efeito de luz do rasto é explicado pela composição.

No caso observado, a cor predominante registada foi azul. Segundo João Vieira, a rocha espacial teria magnésio na sua composição. Quanto ao tamanho, não será possível apurar.

A eventual queda em Castro Daire

Os especialistas dizem que não caiu nada em Castro Daire e aconselham mesmo a que se evite procurar o objeto, já que, por um lado, é quase certo que caiu no oceano Atlântico e, por outro, seria muito difícil encontrá-lo se caísse em terra.

A vila do distrito de Viseu surgiu como um eventual ponto de queda uma vez que foi de lá que partiram os primeiros alertas para as autoridades. O primeiro relato dava conta da queda de um objeto na serra de Montemuro. Aliás, chegaram a ser realizadas buscas, mas sem sucesso.

 

Imagem partilhada no @InformaCosmos no “X”

Sérgio Aleluia
Sérgio Aleluia
sergio.aleluia2013@gmail.com

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