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É isto que vai acontecer à população mundial nos próximos 60 anos, revela a ONU

A população global deverá atingir seu auge por volta da década de 2080, alcançando cerca de 10,3 mil milhões de pessoas, antes de diminuir ligeiramente, segundo o mais recente relatório das Nações Unidas. Atualmente, com 8,2 mil de habitantes, o número deverá atingir o pico nos próximos 60 anos. Este estudo indica que a população mundial em 2100 será 6% menor do que as previsões feitas em junho de 2013, uma diferença de aproximadamente 700 milhões de pessoas.

Li Junhua, Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Económicos e Sociais, comentou sobre as mudanças demográficas significativas dos últimos anos e atribui esta situação a diversos fatores, nomeadamente a diminuição das taxas de fertilidade em grandes países como a China.

Segundo Li, este pico populacional mais baixo e antecipado é uma notícia positiva para o combate ao aquecimento global, já que uma população menor implica menos consumo e, portanto, menor pressão sobre o meio ambiente. Contudo, sublinha que a redução no crescimento populacional não elimina a necessidade de mitigar o impacto ambiental das atividades humanas.

População cada vez mais envelhecida

Atualmente, mais de um quarto da população mundial vive em 63 países onde o crescimento populacional já atingiu o pico, como China, Rússia, Japão e Alemanha. Nas próximas três décadas, cerca de 50 países, incluindo Brasil, Irão e Turquia, deverão entrar nesse grupo. Entretanto, mais de 120 países continuarão a ver crescimento populacional além de 2054, incluindo Índia, Indonésia, Nigéria, Paquistão e Estados Unidos, conforme a ONU.

A expectativa de vida global, que foi afetada pela pandemia da covid-19, está novamente em ascensão, com uma média de 73,3 anos esperada para 2024 e 77,4 anos até o final do século. Esta longevidade crescente vai resultar numa população global mais envelhecida, situação que se verifica em Portugal há vários anos. Até o final da década de 2070, espera-se que o número de pessoas com 65 anos ou mais atinja 2,2 mil milhões, superando a quantidade de jovens menores de 18 anos, revela o estudo.

Mónica Ferro: “Mesmo no meio de uma crise as mulheres continuam a dar à luz”

A atenção da ONU está virada para as mulheres e o nascimento de bebés, “a vida a acontecer”, no meio dos escombros, como foi no caso da crise humanitária na Síria e Turquia,  e ainda na Guerra da Ucrânia.

O tema deste ano da ONU para o Dia da Mulher é o impacto da tecnologia e a violência na mulher, as Nações Unidas denunciam esta questão  na Campanha Body Right, uma alusão direta à expressão de copy right. “Há um uso abusivo da imagem do nosso corpo, que é muito menos protegida, do ponto de vista corporativo, do que uma canção e uma obra de arte”, a dirigente da ONU na Europa diz ser uma área nova para a qual é preciso alertar.

De acordo com um estudo publicado em 2020, 85% das mulheres com acesso à internet relataram ter testemunhado violência online. Nove em cada 10 mulheres (92%) relatam que esta violência prejudica sua sensação de bem-estar e mais de um terço (35%) experimentou problemas de saúde mental, segundo dados da ONU.

Tema da ONU deste ano para o dia da mulher  designa-se de digital technology for gender equality. Como querem promover a equidade através da tecnologia?
Todos os anos a ONU escolhe um tema para centrar a conversa em torno dos direitos e participação das mulheres, e este tema permite falar muito dos direitos das mulheres, uma ferramenta de inclusão de participação, mas é uma área em que se abrem novas violências. É uma forma de sinalizar um alerta para que os espaços digitais protejam a participação, sejam o mais inclusivos possível, mas também com a consciência que o impacto em homens e mulheres é sempre distinto. Dou como exemplo violência com base no género facilitada na tecnologia.

Estão a pensar em que países?
Pensamos em todos. A tecnologia permite violência, os dados mostram que 85% das mulheres sentem que de alguma forma já foram alvo da tecnologia, todo o cyber stocking a facilidade em gerar mensagens de ódio de forma quase anónima no espaço digital

Pode concretizar? Há mulheres que vivem em contextos complexos, a maioria destas mulheres não têm acesso ao mundo digital
É uma questão que subjaz a todo o trabalho. A tecnologia tem ajudado a trazer muita gente para o mundo do trabalho, mas sabemos que há um grande hiato, sabemos que há milhões de pessoas que não têm acesso ao mundo digital, pessoas espalhadas pelo mundo, não é um exclusivo de determinadas áreas geográficas. Lançamos uma campanha Body right, é uma alusão direta à expressão de copy right. Porque é que uma imagem do nosso corpo é menos protegida on-line do que uma canção? Esse tema dá pano para mangas. Está espalhado na cultura…Tem de ser alertado, porque é que as pessoas se sentem tão livres de partilhar imagens, até como forma de sanção quando há um fim de um relacionamento, casos conhecidos. Há um uso abusivo da imagem do
nosso corpo, que é muito menos protegida, do ponto de vista corporativo, do ponto de vista das plataformas digitais, do que uma canção e uma obra de arte, é uma área nova.

Sobre o balanço dos direitos das mulheres em 2022, um ano difícil começando pela Guerra da Ucrânia. Cerca de 4, 8 milhões de refugiados na Europa.  Como acompanharam as mulheres refugiadas na guerra da Ucrânia?
Há uma perceção cada vez mais transversal e aceite que as crises afetam sempre de uma forma desproporcional as mulheres. Não só porque elas desempenham o papel de cuidadoras, na esmagadora maioria dos países, e numa percentagem que as torna vulneráveis em todas as crises, não só porque estão mais expostas a violência sexual durante o conflito, mas seja qual for o contexto de crise as mulheres são particularmente afetadas.

Como é que apoiam as mulheres que ficam sozinhas com os filhos?
A nossa resposta é com a saúde sexual reprodutiva. Ou seja, a nossa resposta na Ucrânia, e agora na Turquia e na Síria é tentar mapear imediatamente através de estimativas, como trabalhamos nesta área nestes muitos países há muito tempo que temos modelos preditivos, que nos permitem estimar nesses países quantas mulheres existem em idade reprodutiva, quantas mulheres estão grávidas, quantas mulheres vão dar à luz nos próximos dias, e nas próximas semanas. O nosso esforço é nosso
sentido de proteger as mulheres nessas zonas da violência sexual, de tráfico  humano, garantindo as necessidades do ponto de vista da higiene com os kits de dignidade, mas também com os cuidados de saúde sexual reprodutiva e cuidados de saúde materna. Durante muito tempo as prioridades eram o abrigo e alimentação, mas agora dizemos “atenção há mulheres grávidas a ter bebés

Tiveram essa preocupação agora?

Sempre.  Mas agora o kit contém desde uma escova e pasta de dentes a produtos de higiene menstrual, porque as mulheres continuam a ter o período…

As mulheres continuam a ser mulheres mesmo em tempo de guerra
Há um esforço por responder a estas questões. Nestes grandes movimentos de população percebemos que era preciso acelerar este tipo de respostas. Temos de trabalhar na prevenção e respostas.

Entrámos neste ano com o terramoto na Turquia e na Síria. Que perspectivas se podem dar a pessoas que estão em condições extremas de vida?
Trabalhamos em 130 países, temos acordos com os governos, e parceiros e temos programas coordenados com esses países. Mesmo em contextos em que as Nações Unidas têm projetos de desenvolvimento há fenómenos como este que desencadeiam uma resposta humanitária. Todo o sistema está muito preparado, para no imediato ter de responder
a crises destas. A mensagem e serviços que levamos para o terreno são no sentido de mostrar às pessoas que as Nações Unidas estão lá, vão onde é preciso, têm um conjunto de serviços dividido por agências, cada uma desempenha uma parte do trabalho que há para fazer, coordenamos para que não haja sobreposições, mas a mensagem tem sido de que há uma solidariedade internacional que tem sido desencadeada antes, durante e depois destas grandes crises. O mundo está convosco estamos aqui para assistir numa altura difícil, em que a resposta é humanitária, mas fazemos de forma a que as sociedades fiquem mais resilientes, no sentido de que
possam de forma mais rápida e eficaz  fazer face a crises futuras. E isso faz com que haja um nexo entre os projetos em desenvolvimento. O objetivo é que as sociedades fiquem mais fortes depois de um evento destes. O nosso foco é sempre a área saúde materna, a área da saúde sexual.

E a saúde materna continua sempre a acontecer mesmo no meio dos escombros…
A vida continua a acontecer. A diretora executiva Natália Cannan usa a expressão “Mesmo no meio de uma crise as mulheres continuam a dar à luz”. É preciso garantir que mesmo nestas crises há este serviço humanitário, não é algo que nos lembramos depois enquanto estamos no terreno. Esta é uma área prioritária para nós, mas não só, trabalhamos com todos os grupos em situação de vulnerabilidade, garantimos este tipo de direitos às mulheres, aos jovens, às pessoas portadoras de deficiência, às crianças, aos migrantes, aos idosos, à comunidade LGBTQI. Nós tentamos mostrar que somos uma agência que lida com fenómenos populacionais e procuramos perceber: quem são as pessoas, onde estão as pessoas que estão em situação vulnerável. A grande agenda 20-30 tem
como mantra não deixar ninguém para trás.

A situação dos direitos das mulheres é gritante um pouco por todo o mundo. No Irão uma jovem foi assassinada em setembro por não usar o véu islâmico. O que têm feito para consciencializar o poder no Irão sobre o direito das mulheres?
Há um grande esforço de dizer aos estados que os direitos humanos são universais, o facto de nascer num determinado país não pode limitar os nossos direitos humanos fundamentais, como o direito à educação, o direito à liberdade, o direito à expressão. Estou em Genebra onde está o conselho de direitos humanos e todos os mecanismos internacionais de direitos humanos. Os direitos humanos são universais, todos os seres humanos nascem com um conjunto consagrado e protegido de direitos humanos, são indivisíveis, e inalienáveis, ninguém pode retirar os direitos com que eu nasci pela minha circunstância geográfica. Tem havido uma condenação muito grande por parte da comunidade internacional pelas várias violações humanas em vários países, as Nações Unidas têm vários mecanismos que têm desencadeado especificamente para lidar com situações dessas. Há uma mensagem muito clara que estamos vigilantes, para trabalhar com os estados no sentido de repor os direitos das mulheres e são esforços
muitas vezes frustrantes.

Nestes casos os esforços são diminutos, no caso do Irão e Afeganistão
Há muitos contextos em que os direitos humanos ainda têm de lidar com muitas barreiras. A importância da educação, de podcasts como este serve um propósito fundamental:  o mundo é muito assimétrico, há partes do mundo que as desigualdades e a discriminação são tão evidentes, não podemos não ter uma palavra a dizer. Esta ideia da consciência global ensinada nas escolas, mas que tão construída pela comunicação social e estes veículos de comunicação, são aliados fundamentais. Preocupa-me o que acontece com qualquer pessoa em qualquer parte do mundo e tenho um papel a desempenhar. Às vezes é muito frustrante, porque demora muito tempo a provocar uma mudança, falamos de normas sociais que fazem parte de um grupo. E ficamos muito assoberbados com o que significa mudar normas sociais.

Mónica Ferro

Quem são as mulheres mais influentes da história da humanidade?

A história ficou marcada por diversas mulheres que desempenharam um papel fundamental e decisivo para o avanço da humanidade. Foram pioneiras em diversos movimentos e lutas contra a opressão e deixaram a sua contribuição em campos como a arte, a religião, a política, a ciência e a economia.

Eis algumas mulheres que deixaram uma marca na história do mundo:

Cleópatra, a rainha egípcia que foi considerada um dos maiores génios estratégicos do mundo antigo. Uma mulher que governou o Egito durante um período de grande importância para a estabilidade egípcia, bem como para a cultura do país. Ganhou destaque pelo dom que tinha de falar com eloquência e persuasão, que facilitou a que mantivesse o Egito sobre as forças romanas.

Maria, mãe de Jesus. A Virgem Maria foi mãe de Jesus Cristo e é considerada fundamental para a crença cristã. Os seus ensinamentos sobre o amor, a justiça e a misericórdia são baseados na vida de Jesus. Para além disso, é venerada não só pelos seus atos, mas também pela influência que tem na vida de milhões de pessoas ao redor do mundo.

Emmeline Pankhurst foi uma das mulheres que fundaram o movimento britânico pelo sufragismo e conseguiu dar o direito de voto às mulheres. Viveu entre 1858 e 1928.

Anne Bonny foi uma das mais famosas piratas femininas que marcaram a história do mundo a nível marítimo. A irlandesa viveu durante o século XVIII e era conhecida pela sua coragem e habilidade ao manusear armas. A habilidade naval e experiência que tinha em lidar com a lei, permitiu que causasse estragos nos mares das Caraíbas durante vários anos. Desafiou, também, o preconceito que existia sobre as mulheres piratas.

Por fim, mas não menos importante, Marie Curie. Marie foi a primeira mulher a receber um prémio Nobel e a única pessoa a ganhar dois Prêmios Nobel em duas categorias diferentes, o de Física em 1903 e o de Química em 1911. Foi pioneira em estudos sobre a radiação e realizou diversas experiências que foram cruciais para o avanço do conhecimento sobre o raio X. Foi também pioneira na luta pelos direitos das mulheres na ciência.

Cada uma destas mulheres desempenhou um papel decisivo no processo de transformação cultural e social do seu tempo, influenciando diversas gerações que se seguiram.

As 5 mulheres portuguesas mais influentes da história do país

Portugal é um país com uma grande história e com algumas mulheres que deixaram uma marca na mesma. Foram mulheres influentes nos seus tempos e que se eternizaram na história para serem recordadas pelas gerações futuras.

Isabel de Aragão, também conhecida como Rainha Santa Isabel. Governou o reino de Portugal durante a Guerra da Independência, quando os portugueses lutaram contra os castelhanos. Esta rainha criou instituições que acolhiam e ajudavam doentes e carenciados. Devido a estes feitos, surgiu o famoso episódio do Milagre das Rosas. Isabel era amada pelo seu povo por ajudar os necessitados, mas o seu marido, Dom Dinis, não apoiava a proximidade que Isabel tinha com o povo. Como tal, decidiu apanhá-la em flagrante. Contudo, quando Isabel de Aragão mostrou os pães que levava consigo, estes transformaram-se em rosas permitindo, assim, que Santa Isabel não fosse descoberta.

Florbela Espanca é uma das poetisas mais conhecidas do nosso país, tendo escrito poemas e contos que permanecem até hoje no conhecimento literário dos portugueses. Nasceu em 1894 e morreu em 1930.

D. Maria da Fonseca foi a rainha da Época Barroca. Foi responsável por ter consolidado a monarquia portuguesa. Incentivou à educação, patrocinou a literatura e as artes e reorganizou a Universidade de Coimbra.

Maria de Lourdes Pintasilgo marcou a história de Portugal por ter sido a primeira mulher a ocupar o cargo de Primeira Ministra, entre 1979 e 1980. Foi também engenheira químico-industrial licenciada pelo Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa em 1943. Nos anos 50 foi presidente da Juventude Católica Feminina (1952 a 1956) e foi dirigente da Pax Romana – Movimento Internacional de Estudantes Católicos entre 1956 e 1958.

Já a médica e feminista Carolina Beatriz Ângelo foi pioneira em diversos factores, nomeadamente, o facto de ter sido a primeira mulher médica a realizar uma operação no Hospital São José em Lisboa. Ficou marcada na nossa história por ter sido a primeira mulher a votar em 1911.

Estas são cinco mulheres que influenciaram de alguma maneira a história de Portugal. Todas deixaram a sua marca na história do país e são recordadas e lembradas pela sua contribuição.

Homenagem às mulheres do século XX e XXI

No dia 8 de março assinala-se o dia da mulher e, como é um dia para celebrar o género feminino, recordemos algumas mulheres que marcaram os séculos XX e XXI:

Amália Rodrigues, Natália Correia, Snu Abecassis, Vera Lagoa, Eunice Muñoz, Maria de Lourdes Pintasilgo, Maria Helena de Vieira da Silva, Beatriz Costa, Sophia de Mello Breyner Andresen, Paula Rego, Madre Teresa de Calcutá, Princesa Diana, Rainha Elizabeth II, Branca Edmée Marques, Coco Chanel, Audrey Hepburn, Jeanne-Marie Lanvin, Barbara Mary Quant, Elsa Schiaparelli, Vivienne Westwood, etc.

Relembramos não só quem passou por este mundo, mas também quem continua a contribuir para a sua melhoria. Ficam, aqui, nomes de mulheres que marcam atualmente a história do mundo e de Portugal: Joana Vasconcelos, Marta Temido, Ursula Von Der Leyen, Catarina Furtado, Fátima Lopes, Patrícia Mamona, Clara de Sousa, Ana Patrícia Carvalho, Catarina Gouveia, Graça Freitas, Sara Barros Leitão, Ana Sofia Martins, Miuccia Prada, Ana Figueiredo, Cristina Fonseca e muitas mais. 

As origens do Dia da Mulher

O Dia Internacional da Mulher celebra as conquistas sociais, económicas, culturais e políticas das mulheres. É também um apelo à ação para acelerar a igualdade de género. Coloquialmente chamado simplesmente de Dia da Mulher, celebra-se, desde 1917, no dia 8 de março, ainda que a semente tenha sido plantada anos antes, em 1908. Nesta data, 15 mil funcionárias da fábrica de têxteis Triangle Shirtwaist Company, em Nova Iorque, saíram à rua para exigir melhores condições laborais e igualdade de direitos, nomeadamente o direito ao voto. O horário de trabalho ascendia às 14 horas diárias e o pagamento não ultrapassava os 9 euros… por semana.

Clara Zetkin e Alexandra Kollontai

Um ano depois, em fevereiro de 1909, o Partido Socialista da América, inspirado nos eventos do ano anterior, declarou o primeiro Dia Nacional das Mulheres. A ideia de assinalar esta data anualmente e de forma internacional, surgiu em 1910 durante uma Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhaga. Clara Zetkin, ativista comunista e defensora dos direitos das mulheres e Alexandra Kollontai, líder revolucionária e teórica do marxismo, sugeriram seguir o exemplo norte-americano e dar-lhe um caráter universal. Numa plateia composta por 100 mulheres oriundas de 17 países, a proposta foi aprovada por unanimidade. 

Apesar de não ter sido definida nenhuma data, a primeira celebração oficial dá-se em 19 de março de 1911, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça. Mais de um milhão de pessoas – homens e mulheres – exigiram o fim da discriminação laboral e o direito ao voto. Poucos dias depois, em 25 de março, deflagrou um incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist Company e provocou a morte de 146 operários: 125 mulheres e 21 homens. A maioria – imigrantes judias e menores de idade – morreram queimadas, outras atiraram-se em desespero do nono andar e não sobreviveram à queda. Esta tragédia trouxe à tona as más condições que as mulheres diariamente enfrentavam no próprio local de trabalho.

Reconhecimento oficial da ONU

A origem do célebre dia 8 de março remonta a uma greve ocorrida na Rússia, em 1917. Estávamos em plena Primeira Guerra Mundial. A manifestação – sob o slogan “Pão e Paz” – juntou 80 mil mulheres que protestaram contra a participação na guerra, as más condições de trabalho, a fome e o direito ao voto. Os protestos, embora tenham sido fortemente reprimidos, tiveram ações imediatas. O czar viu-se obrigado a abdicar do trono e o governo de transição acedeu e concedeu às mulheres o direito de votar.

Ainda assim, foi preciso esperar mais de 60 anos até que fosse implementado de forma universal. Foi em 1975 que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu oficialmente o Dia Internacional das Mulheres. Porém, só em 16 de dezembro de 1977 é que viria a ser oficialmente reconhecida pela Assembleia Geral das Nações Unidas, com a Resolução 32/142.

Apesar de o roxo ser apontado como a cor representativa deste dia, também o branco e o verde fazem parte da palete de cores. “Roxo significa justiça e dignidade. Verde simboliza esperança. Branco representa pureza, embora seja um conceito controverso. As cores têm origem na União Social e Política das Mulheres (WSPU, na sigla em inglês) no Reino Unido em 1908”, pode ler-se no site oficial.

O tema de 2023

Para este ano, o tema é a equidade. Apesar de ser recorrentemente usada como sinónimo de igualdade, não o é. Igualdade significa que a cada indivíduo ou grupo de pessoas são dados os mesmos recursos e/ou oportunidades. A equidade reconhece que cada pessoa é diferente e que é necessário distribuir recursos e oportunidades – não de forma igual – para alcançar um resultado igual. 

Um exemplo elucidativo da diferença entre equidade e igualdade: três pessoas querem ver por cima de um muro com 170 cm. A primeira, fruto dos seus 180 cm, não precisa de qualquer auxílio. A segunda, com 155 cm, naturalmente vai precisar de uma caixa com pelo menos 20 cm. O terceiro elemento, fica-se pelos 145 cm e irá precisar de uma caixa de maiores dimensões para ficar ao nível dos outros dois. Neste caso, se ficássemos pela igualdade (de recursos), dois dos elementos não iriam conseguir ver por cima do muro. É caso para dizer que a equidade foi conseguida com desigualdade.

Neste mais de um século de luta, é inegável que houve mudanças profundas relativamente à igualdade e emancipação da mulher. Há mais mulheres em posições de topo, as diferenças salariais não são tão acentuadas e há maior igualdade nos direitos legislativos. Mas será que conquistaram, finalmente, uma verdadeira igualdade?

Na semana passada, um estudo da CGTP – a propósito da semana da igualdade –, concluiu que as mulheres portuguesas têm, em média, salários base 13% inferiores aos dos homens. Além disso, continuam a não estar presentes em número igual nos negócios ou na política. Na Assembleia da República, há 84 mulheres num universo de 230 deputados (36%). O número é mais sintomático quando a análise se estende a nível de autarquias. A nível de presidentes de câmara, num total de 308, só 29 (9%) são mulheres.