Todos os estudos apontam para que passar muito tempo a fazer scroll no telemóvel antes de ir dormir é uma péssima ideia e pode arruinar uma boa noite de sono. Porém, uma investigação recente sugere que o cenário pode ser diferente. Assim sendo, a tecnologia antes de dormir pode não ser tão prejudicial quanto se pensava.
Os investigadores indicam que a sensibilidade à luz azul e à estimulação digital varia de pessoa para pessoa. Para alguns, usar ecrãs até tem o efeito de ajudar a adormecer. Outros, encontram na leitura de um livro físico o suficiente para ficarem acordados.
Shelby Harris, psicóloga clínica especializada em medicina comportamental do sono, disse ao Wall Street Journal: que é cada vez “mais evidente que a tecnologia, por si só, nem sempre é o problema. Precisamos de descobrir como adaptar as recomendações à pessoa”.
Prejudica? Sim, 10 minutos
A ideia de que a luz azul prejudica o sono baseia-se, em grande parte, num estudo de 2010 que sugeria que a luz brilhante dos ecrãs à noite poderia atrasar o ritmo circadiano. No entanto, investigações recentes contestam essas conclusões.
Um estudo publicado na revista Sleep Health da National Sleep Foundation investigou o uso do iPhone em jovens adultos antes de dormir e não encontrou diferenças significativas nos resultados do sono, independentemente do tipo de ecrã em questão: seja menos azulada, normal ou até sem o uso do smartphone.
Diversos estudos sugerem que a luz azul suprime a produção de melatonina, a hormona que promove o sono. Porém, os especialistas afirmam que esses efeitos não são tão extremos quanto se pensava, representando, no máximo, um atraso de 10 minutos devido ao uso do telemóvel.
Ainda assim, o ideal é mesmo que o seu quarto e, em particular a sua cama, sejam um espaço de descanso. Para tal, recomenda-se que se desligue de qualquer aparelho tecnológico pelo menos uma hora antes de se ir deitar.