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Web Summit 2024: Mulheres na tecnologia continuam sub-representadas

“Eu não pertenço ao clube dos rapazes”. Este é um dos testemunhos das mil mulheres questionadas no quinto relatório global da Web Summit, relativamente a 2024, sobre a participação das mulheres no mundo da tecnologia.

Os dados divulgados no passado dia 2 de outubro, destacam que as mulheres continuam a enfrentar desafios significativos no setor, nomeadamente ao estarem sub-representadas em cargos de liderança e com dificuldades em obter financiamento de startups.

Os dados principais da Web Summit

Mais de metade das mulheres inquiridas (50.8%) relatou ter experienciado sexismo no local de trabalho, bem como sentirem preconceitos de género inconscientes (63.8%). Além disso, para metade das mulheres, a pressão de escolher entre a família e a carreira ainda é uma realidade. No entanto, a maioria das inquiridas (75%) sente-se empoderada para procurar e/ou ocupar cargos de liderança.

É visto potencial, por 68% das participantes, na Inteligência Artificial para promover mudanças positivas na igualdade de género. Outro dado promissor é que 80% das inquiridas partilham que há uma mulher na gestão de topo na sua empresa. Apesar dos obstáculos, o evento refere a intenção de incentivar as organizações a promoverem mudanças ativas e abrir o debate para a igualde de género no setor tecnológico.

Nvidia regista a maior perda de sempre de Wall Street

A Nvidia, gigante no setor da tecnologia e principal fabricante de chips gráficos, registou a maior queda em valor de mercado na história de Wall Street: 250 mil milhões de euros. As ações caíram 2%. Num só dia, a empresa viu o seu valor encolher drasticamente, numa perda que abalou o mercado financeiro global. Isto acontece após ter vindo a público que a empresa recebeu uma notificação do Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) sobre uma investigação antitrust.

A questão central reside no domínio da Nvidia no mercado global de chips de inteligência artificial (IA), que restringe significativamente as opções dos clientes. Esta posição dominante dificulta a possibilidade de os clientes migrarem para outros fornecedores, caso optem por não utilizar exclusivamente os produtos da Nvidia.

Nvidia não caiu sozinha

O impacto da queda não foi exclusivo da Nvidia. Isto porque outras empresas conhecidas como as “Sete Magníficas” de Wall Street – um grupo de gigantes tecnológicas que inclui nomes como Apple, Microsoft, Amazon e Alphabet (dona da Google) – registaram também perdas substanciais. No total, estas empresas perderam mais de 510 mil milhões de euros em valor de mercado.

Este recuo generalizado está a ser atribuído a várias incertezas macroeconómicas, incluindo preocupações com a subida das taxas de juro e uma potencial desaceleração do crescimento global. Para já, os investidores permanecem cautelosos, com a atenção focada em potenciais movimentos da Reserva Federal dos Estados Unidos e nas próximas previsões económicas.

Afinal, usar telemóvel antes de ir dormir não é tão prejudicial como se pensava

Todos os estudos apontam para que passar muito tempo a fazer scroll no telemóvel antes de ir dormir é uma péssima ideia e pode arruinar uma boa noite de sono. Porém, uma investigação recente sugere que o cenário pode ser diferente. Assim sendo, a tecnologia antes de dormir pode não ser tão prejudicial quanto se pensava.

Os investigadores indicam que a sensibilidade à luz azul e à estimulação digital varia de pessoa para pessoa. Para alguns, usar ecrãs até tem o efeito de ajudar a adormecer. Outros, encontram na leitura de um livro físico o suficiente para ficarem acordados.

Shelby Harris, psicóloga clínica especializada em medicina comportamental do sono, disse ao Wall Street Journal: que é cada vez “mais evidente que a tecnologia, por si só, nem sempre é o problema. Precisamos de descobrir como adaptar as recomendações à pessoa”.

Prejudica? Sim, 10 minutos

A ideia de que a luz azul prejudica o sono baseia-se, em grande parte, num estudo de 2010 que sugeria que a luz brilhante dos ecrãs à noite poderia atrasar o ritmo circadiano. No entanto, investigações recentes contestam essas conclusões.

Um estudo publicado na revista Sleep Health da National Sleep Foundation investigou o uso do iPhone em jovens adultos antes de dormir e não encontrou diferenças significativas nos resultados do sono, independentemente do tipo de ecrã em questão: seja menos azulada, normal ou até sem o uso do smartphone.

Diversos estudos sugerem que a luz azul suprime a produção de melatonina, a hormona que promove o sono. Porém, os especialistas afirmam que esses efeitos não são tão extremos quanto se pensava, representando, no máximo, um atraso de 10 minutos devido ao uso do telemóvel.

Ainda assim, o ideal é mesmo que o seu quarto e, em particular a sua cama, sejam um espaço de descanso. Para tal, recomenda-se que se desligue de qualquer aparelho tecnológico pelo menos uma hora antes de se ir deitar.

WebSummit: número recorde de startups, 43% de mulheres e 70.236 participantes

70.236 participantes de 153 países

A WebSummit reuniu 70.236 participantes de todo o mundo na Altice Arena, em Lisboa, para discutir e debater ideias para o futuro, num encontro de CEOs, investidores, media, tomadores de decisão e criativos num total de 1.180 reuniões entre investidores e startups, 70 masterclasses, 17 rondas de competições PITCH, 25 eventos noturnos e festas do Night Summit pelos bairros de Lisboa.

Katherine Maher, CEO da WebSummit, subiu ao palco da Altice Arena, na noite de abertura do evento, diante de uma plateia de 11.000 pessoas: “Ao longo da última década, à medida que a WebSummit cresceu, reunimos dezenas de milhares de pessoas que usaram esta semana em Lisboa como um trampolim para realizar acontecimentos notáveis – lançar empresas, encontrar investidores, revelar projetos, avançar com uma visão do mundo que vale a pena debater”.

Com a nova líder desta organização incrivelmente dedicada e defensora, de longa data, da tecnologia como uma força motriz para o bem da humanidade e da sociedade, a “Web Summit continua a ser o lugar mais importante para reunir e conectar pessoas e promover conversas críticas sobre tecnologia, sociedade e inovação.”

2.608 startups de 93 países.

Um recorde de 2.608 startups de 93 países apresentou as suas inovações e os negócios do futuro durante três dias. Estas empresas promissoras foram escolhidas entre milhares de candidatos e representam mais de 30 indústrias diferentes. Mais de 250 startups participaram na WebSummit como parte do programa Impact – startups que trabalham para ter um impacto positivo nas suas comunidades, indústrias e ecossistemas. As indústrias mais representadas entre as startups incluem SaaS, IA/ML (Inteligência Artificial e Machine Learning), tecnologia de saúde e bem-estar, Fintech e serviços financeiros, sustentabilidade e Cleantech.

Mulheres na tecnologia

43% de todos os participantes foram mulheres e mais de 38% dos oradores também foram mulheres – a maior percentagem de sempre. As fundadoras representam quase um terço de todos os fundadores de startups em exposição.

Na WebSummit conhecemos uma startup de Portugal e uma do Vietname

No segundo dia da WebSummit fomos conhecer duas startups de dois locais diferentes: Portugal e o Vietname. Procuramos conhecer os fundadores ou promotores e perceber as vantagens da WebSummit e quais as dificuldades que foram encontrando ao longo da sua jornada empreendedora.

Junto ao palco 13 é possível encontrar a startup Alpha (nomenclatura usada para designar empresas em fase embrionária ou a serem lançadas ao mercado) chamada Wander Gift, um marketplace onde pode comprar souvenirs únicos, autênticos e de produção local. A ideia é “deixar de comprar os ímanes Made in China e passar a comprar ao artesão local”, nas palavras de Ana Silvestre, uma das promotoras da Wander Gift. A proposta de valor, na óptica da Wander Gift, é muito simples. “Criamos uma fonte de receitas para todos porque a maior parte do dinheiro da venda vai para o artesão, mas há um parte que fica para nós e uma parte para o estabelecimento hoteleiro que promover ativamente a Wander Gift”. Todavia não são só os estabelecimentos hoteleiros que promovem a Wander Gift: “aqui na WebSummit já tivemos algumas vendas e o feedback de quem vê a Wander Gift pela primeira vez tem sido fantástico”. Os próximos passos passam pela “prova de conceito do marketplace e, se correr bem, vamos construir uma plataforma tecnológica de raiz”.

Também perto do palco 13, numa banca muito discreta, é possível encontrar Raghav Sheika que veio do Vietnam para promover a sua startup Beta (empresas que já se encontram no mercado e já realizaram mais de 1 milhão de dólares em financiamento) chamada Relia. “Não somos só uma consultora de IT: procuramos exportar os melhores talentos do Vietname mas também assegurar que estas pessoas são valorizadas ao longo da sua carreira”. A participação na WebSummit era um desejo desde 2020 mas “a pandemia atingiu fortemente o Vietname e não nos permitiu sair do país mas fez crescer imenso o nosso negócio”. Raghav quer explorar mais Portugal, “um país maravilhoso e com pessoas super simpáticas” e conta vir às próximas edições da WebSummit pois já angariou alguns clientes.

A empresa EASE veio à WebSummit analisar a possibilidade de mover a sede para Lisboa

A TejoMag esteve à conversa com Oleksandr Kytsenko, CEO da EASE, uma empresa de software ucraniana cuja sede em Kharkiv se encontra temporariamente encerrada pela ameaça das bombas russas. Todos os colaboradores foram obrigados a trabalhar remotamente e a empresa procura uma nova localização. Portugal está no topo das escolhas, em comparação com Madrid (Espanha) ou Londres (Reino Unido). “Estivemos agora com alguns ucranianos a viver em Portugal e disseram-nos que Lisboa é fantástica”, começou por dizer.

WhatsApp%20Image%202023-11-14%20at%2015.28.05 A empresa EASE veio à WebSummit analisar a possibilidade de mover a sede para LisboaOlek vive, hoje em dia, em Barcelona e quase todos os seus colaboradores, ucranianos, vivem em partes diferentes da Europa: “a pandemia de COVID-19 e a Invasão da Rússia acabaram por despertar em nós a urgência de movermos o nosso negócio para outra localização e criar um regime de trabalho totalmente remoto”.

Em Portugal desde sábado, para participar na WebSummit, Olek está a avaliar ativamente todos os aspetos da cidade e perceber se este ecossistema empreendedor e tecnológico é o mais adequado para a nova sede da EASE. “Nunca vi o Oceano na minha vida, em Lisboa podemos ver o mar e estar numa grande cidade europeia ao mesmo tempo. As pessoas aqui são muito simpáticas e este tipo de eventos demonstra a popularidade de Lisboa no meio tecnológico”.

Tecnologia usada em Fortnite ajuda pessoas com paralisia a voltar a falar

Um estudo realizado em parceria pelas Universidades de São Francisco e Berkeley, nos Estados Unidos, juntamente com o software de jogos Speech Graphics, revelou uma tecnologia inovadora destinada a auxiliar pessoas com paralisia a recuperar a capacidade de fala.

Este dispositivo utiliza eletrodos ligados ao cérebro do paciente para descodificar sinais por meio de inteligência artificial e, posteriormente, reproduzir palavras através de um avatar.

A tecnologia desenvolvida pela Speech Graphics, baseada naquela usada em jogos populares como Fortnite, The Last of Us e The Callisto Protocol, é capaz de expressar algumas emoções. Por enquanto, este estudo representa uma experiência, mas os investigadores acreditam que, em breve, poderá ser utilizado para melhorar a comunicação de pacientes.

O poder da Inteligência Artifical

A pesquisa, publicada na revista científica Nature em 23 de agosto, apresenta o caso de uma paciente de 47 anos chamada Ann, que perdeu a capacidade de fala após um acidente vascular cerebral (AVC) ocorrido há 18 anos.

Assim, foi implantada uma malha fina com 253 eletrodos próxima à região cerebral responsável pela fala de Ann. O dispositivo captava os sinais cerebrais e transmitia-os para um computador. Este dispositivo incluía um algoritmo de inteligência artificial treinado com um vocabulário de até 1.024 palavras. Quando Ann pensava nas frases, o avatar digital reproduzia as palavras com uma voz criada a partir de gravações feitas antes do AVC.

O software alcançou uma taxa de produção de 78 palavras por minuto, com uma média de erro de 25,5%, superando outros softwares usados anteriormente. Por comparação, uma conversa típica geralmente envolve cerca de 160 palavras por minuto. Ann comentou com os responsáveis que o simples ato de ouvir uma voz semelhante à sua era emocionante. Além disso, o avatar digital da Speech Graphics conseguiu reproduzir alguns músculos faciais de Ann para expressar emoções enquanto proferia as palavras.

Tecnologia usada em paciente com ELA

No mesmo dia, outra pesquisa semelhante foi publicada pela Universidade de Stanford, também nos Estados Unidos. Este estudo apresenta uma paciente chamada Pat Bennett, de 67 anos, que sofre de esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma condição que resulta na perda de controlo muscular e dificuldades de movimentação e fala.

Nessa investigação, o programa foi treinada com um vocabulário maior com 125 mil palavras e outro mais reduzido com 50 palavras. A tecnologia foi capaz de gerar 62 palavras por minuto com uma taxa de erro de 9,1% para o vocabulário menor e 23,8% para o maior. No entanto, este método envolveu implantes de silicone mais invasivos em comparação com os usados com Ann.

Ambos os estudos apresentaram tecnologias mais rápidas e precisas do que as já existentes. O neurocientista Francis Willett, coautor do artigo de Stanford, comentou que já é possível vislumbrar um futuro em que as conversas com pessoas com paralisia se tornem mais fluídas, precisas e compreensíveis. Por outro lado, o neurocientista computacional da Universidade de Maastricht, na Holanda, Christian Herff, acredita que esses dispositivos poderão tornar-se produtos reais nos próximos anos.

A Apple poderá trocar o iPhone 15 Pro Max pelo Ultra

As pesquisas por notícias relacionadas com a Apple estão ao rubro nos últimos dias devido à sua próxima linha de smartphones, o iPhone 15. A série iPhone 15 deverá incluir como de costume quatro smartphones, mas o que poderá ser diferente este ano é que o modelo de topo Pro Max poderá ser substituído pelo Ultra. Já ouvimos rumores sobre o iPhone 15 Ultra anteriormente, e agora o tema está de volta com mais uma alguma informação.

Um utilizador do X (anteriormente Twitter), Andrew O’Hara, publicou que está a receber múltiplos relatos de que a Apple irá incluir o iPhone 15 Ultra este ano, em vez do modelo Pro Max. Acrescenta que o iPhone 15 Ultra poderá estar equipado com uma lente periscópio de 10x. Isso significa que será capaz de fazer um zoom de até 10x. O mesmo tipo de zoom ótico que vimos no sensor de 10 megapixels do Samsung Galaxy S23 Ultra. No entanto, ainda não foi revelado qual sensor a Apple irá usar, mas um relatório indicou um Sony IMX903 de 1 polegada.

Outra informação que se sabe sobre a série iPhone 15 é que a linha poderá contar com portas USB Type-C e também ter suporte para carregamento rápido de até 35 watts. No entanto, ainda não está confirmado qual modelo irá receber o suporte para carregamento rápido. Espera-se que os modelos de topo suportem esta funcionalidade, uma vez que o iPhone 14 Pro carrega a 27 watts, e a Apple poderá adicionar esta atualização ao iPhone 15 Pro e Ultra.

Um relatório também afirmou a presença de um sensor de câmara principal de 48 megapixels em todos os quatro modelos este ano. Ao contrário do que vimos no ano passado, onde esse sensor estava presente apenas nos modelos Pro. De acordo com esse relatório, o iPhone 15 e o iPhone 15 Ultra também estarão equipados com uma lente grande angular de 48 megapixels, mas com um tamanho de lente menor do que o iPhone 14 e o iPhone 14 Plus.

Uma atualização adicional que poderemos ver no iPhone 15 Pro e Ultra é o Botão de Ação. Há rumores de que a Apple irá remover o seu famoso interruptor de silêncio deslizante, sendo que o Botão de Ação poderá ser usado para mais do que apenas silenciar. O Apple iPhone 15 Ultra poderá ser alimentado pelo chipset A17 Bionic de 3nm.

Ainda não há data de lançamento do novo iPhone 15.

Nómadas digitais estão a abandonar Lisboa e novo destino de eleição surpreende

Em 2022, Lisboa conquistou o título de melhor destino para nómadas digitais, numa análise que teve em consideração 15 cidades. Porém, este ano o cenário é bastante diferente. A capital portuguesa viu a sua posição cair cinco lugares na lista que este ano teve 20 destinos em análise.

O Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, destronou Lisboa e é agora o novo líder. Além disso, Málaga (Espanha), Miami (Estados Unidos) e Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) também superaram a cidade portuguese na preferência dos nómadas digitais, revela um estudo divulgado pela agência Bloomberg, baseado em dados da consultora Savills.

Preços das rendas afastam nómadas digitais

A consultora justifica a queda de Lisboa pelo aumento significativo das rendas, assinalando mesmo que “dispararam”. O Algarve também desceu cinco posições, ocupando agora o nono lugar.

A Savills destaca que o custo das rendas em habitações premium desempenha um papel crucial na decisão dos nómadas digitais. Além disso, têm ainda em consideração fatores como qualidade de vida, clima, velocidade da internet e ligações aéreas.

O Dubai apresenta vantagens em diversos desses aspectos, especialmente pelas inúmeras ligações aéreas a mais 100 países e 240 destinos. Além disso, nos últimos anos, verifica-se um rápido crescimento no setor de tecnologia, o que atrai muitos nómadas digitais.

Málaga é uma estreia e logo diretamente para a vice-liderança. De acordo com a consultora, tal poderá dever-se em grande medida à inauguração do centro global de cibersegurança da Google na cidade espanhola.No terceiro lugar da lista encontra-se Miami, conhecida pelas praias e também pela reduzida carga fiscal.

Filipe Leonardo: “Nunca foi tão fácil arranjar um primeiro emprego como agora”

Em entrevista com Filipe Leonardo, é debatida a importância da preparação para uma entrevista de emprego, seja ela psicologicamente ou fisicamente. Filipe dá também alguns conselhos para quem vai iniciar o seu trajeto no mercado de trabalho e para aqueles que pretendem mudar de área profissional. 

Para conhecermos um pouco mais sobre si, pergunto-lhe como foi a sua trajetória até chegar a Associate Partner na Deloitte?

Na realidade, faz este ano 15 anos que ingressei na vida profissional. Tirei o curso de engenharia eletrotécnica do Instituto Superior Técnico, com especialização em telecomunicações e sistemas de decisão em controlo, há quinze anos. Desde aí que tenho trabalhado em tecnologia e em consultoria tecnológica. Quando terminei o Técnico quis ingressar em consultoria porque via como sendo uma extensão da faculdade, ou seja, a perspectiva de poder trabalhar em múltiplos clientes, múltiplas geografias e desafios profissionais. Era algo que me atraía bastante e foi por isso que apontei sempre para poder fazer parte de uma grande consultora tecnológica. Na altura estive em dois processos de recrutamento, um na Deloitte, onde me encontro neste momento, e outro numa empresa boutique de consultoria mais focada em telecomunicações na Maksen, que foi um spinoff da Deloitte em 2003. Consegui a vaga na Deloitte e, curiosamente, em 2015 foi feita uma aquisição dessa mesma empresa pela Deloitte. Tenho evoluído muito profissionalmente nos vários “degraus da pirâmide” de consultoria, até onde me encontro hoje como Associate Partner. 

Algo que os jovens nos dias de hoje afirmam sentir e viver bastante é a dificuldade em arranjar emprego, principalmente o primeiro. Considera que é mais difícil, atualmente, arranjar trabalho?

Eu tenho uma visão muito positiva em relação a esse assunto. Acho que nunca foi tão fácil arranjar um primeiro emprego como agora. Claro que eu tenho as “lentes” da tecnologia pois é essa a minha área de especialização e onde trabalho, mas, na prática, existe uma grande mudança no trabalho e na forma como o executamos. Com o impacto que a Covid-19 trouxe à nossa sociedade, é normal que existam trabalhos remotos, portanto, em Portugal, posso estar no interior a trabalhar para grandes empresas internacionais e estar a trabalhar para fora. Desta maneira, tenho uma base de empresas “alvo” muito mais alargada do que tinha há uns anos. Tenho muitos amigos nessas circunstâncias e que estão em empresas internacionais a trabalhar de Portugal para fora que, por acaso, é algo que acontece no meu departamento, em que 80% dos nossos serviços são prestados a clientes fora de Portugal. Depois temos também a atratividade do país, ou seja, nos últimos anos Portugal está muito “na moda” principalmente nas áreas tecnológicas e tem existido um conjunto de empresas internacionais que têm trazido os seus centros de inovação e centros de excelência para Portugal, o que tem alargado as oportunidades nas áreas tecnológicas.

Ao contratar alguém, quais são os critérios que utiliza?

Na prática, classifico em duas componentes: uma de soft skills e outra de hard skills. Pela área que represento, da engenharia de telecomunicações, é basilar a existência de um conjunto de competências tecnológicas. Portanto, essas são as hard skills que têm de estar lá e que são fundamentais. Por outro lado, temos as soft skills que são fundamentais num negócio de consultoria, ou seja, o facto de eu conseguir comunicar de forma efetiva com os meus clientes, conseguir compreender as suas necessidades, os seus pain points, como construir soluções adequadas aos seus desafios e, para isso, preciso de conseguir aferir se os candidatos têm essas soft skills que são fundamentais para a execução das suas atividades. 

filipeleonardo2023 Filipe Leonardo: “Nunca foi tão fácil arranjar um primeiro emprego como agora”

Nesse processo de entrevista, existe a necessidade de analisar não só o conhecimento, como também a forma como os candidatos se apresentam?

Sem dúvida. Essa é uma componente das soft skills que é um conjunto de princípios que são basilares, como por exemplo o profissionalismo, a postura, a forma como comunicam, a forma extrovertida como se apresentam por vezes… acabam por ser características de que estamos à procura. O foco não passa pela aparência física. Dos cinco mil funcionários que temos, existem muitos que gostam de adotar uma postura mais descontraída, inclusive na indumentária. Mas damos mais valor à postura da pessoa, aos princípios de profissionalismo e de ética que acabam por não ser negociáveis.

Considera que a primeira impressão importa num contexto de entrevista?

Sim. É algo fundamental e nato à natureza humana. Eu diria que qualquer um de nós, quando conhece alguém, nos primeiros dez segundos acaba por criar logo uma imagem mental dessa mesma pessoa e no mundo profissional é igual. Portanto, essa capacidade de conseguir encher a sala e de conseguir mostrar alguns aspetos das características até mesmo pessoais e da sua personalidade é fundamental.

Ainda são algumas as pessoas que optam por mudar de área a determinada altura da sua vida. No seu ponto de vista, é benéfico mudar?

É e enriquece muito aquilo que é a nossa empresa. Dou-lhe dois exemplos de medidas que implementámos na Deloitte: Um dos programas, inclusive uma marca registada da Deloitte, é o programa Brightstart que, na prática, tem o objetivo de desenvolver cursos profissionais e cursos universitários, em parceria com Institutos Politécnicos. Neste momento, temos mais de cinco programas desta matriz a acontecer em Portugal, com o objetivo de não só conseguir capturar o talento certo, mas também promover o desenvolvimento académico e profissional dos alunos. Um segundo programa que temos é o UPskill, que tem como objetivo recrutar algumas pessoas que decidem “dar uma volta de 180 graus” na sua vida profissional. Temos o exemplo de um membro da nossa equipa que ingressou no ano passado e que era da área da biologia marinha e que tirou uma formação em tecnologias cloud. É o exemplo de alguém que já vinha com uma experiência de dez anos, que trazia experiência numa área muito específica e que deu esta volta na sua carreira e está a ser uma mais valia para a nossa equipa.

Que conselhos daria a um adulto que pretende mudar de área?

Primeiro acho que é fundamental ter um bom equilíbrio entre aquilo que é o objetivo “romântico” do trabalho e aquilo que são as saídas profissionais. Eu posso adorar e saber imenso sobre espécies de caracóis, por exemplo, mas sei que isso não tem qualquer saída profissional. Portanto, é sempre muito importante que exista esta noção de quais são as saídas profissionais dos cursos em que se estão a focar. Depois é preciso que se foquem, que se dediquem, que invistam e que se divirtam ao longo do processo. Nós passamos cerca de dois terços da nossa vida muito focados naquilo que é o nosso trabalho profissional, por isso, que isso seja também uma fonte de prazer. Tenham foco, determinação e resiliência.

Para finalizar e regressando ao tema do primeiro emprego, o que diria se se deparasse com uma pessoa que está à procura do seu primeiro trabalho?

Tenham uma mente aberta! É importante que, no início da carreira profissional, sejam flexíveis e tenham uma mente aberta para os desafios e para aprender. É importante para serem lançados numa área de desconforto, porque é isso que representa o crescimento. É dessa forma que conseguem evoluir e especializar-se. Aproveitem o processo em si. Tem de ser uma altura de novos horizontes e de se poderem encontrar do ponto de vista pessoal e profissional. Não tenham medo do desconhecido, abracem esse desconhecido.