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Author Archive by Tomás Cascão

Cientistas descobrem (acidentalmente) gel que pode acabar com a queda de cabelo

Um grupo de cientistas acaba de anunciar uma descoberta acidental que pode revolucionar o tratamento da calvície, uma condição genética que afeta aproximadamente 50% dos homens e 25% das mulheres aos 50 anos. Os investigadores descobriram um novo gel que é tão eficaz como o minoxidil, comercializado como Rogaine, no combate à queda de cabelo.

A descoberta ocorreu durante um estudo conjunto entre a Universidade de Sheffield, na Inglaterra, e a Universidade COMSATS, no Paquistão. Investigavam como o açúcar natural desoxirribose poderia ajudar na cicatrização de feridas. Durante os testes, ao aplicar desoxirribose em feridas de ratos de laboratório, observaram um rápido crescimento de pelos nas áreas ao redor das lesões.

Motivados por essa descoberta, os cientistas decidiram investigar mais a fundo. Aplicaram pequenas doses de desoxirribose em ratos machos com queda de pelos induzida por testosterona e perceberam que o açúcar promovia a formação de novos vasos sanguíneos, estimulando o crescimento capilar.

Tão eficaz como o minoxidil

“A nossa investigação sugere que o açúcar desoxirribose pode melhorar a irrigação sanguínea dos folículos capilares, incentivando o crescimento do cabelo”, explicou Sheila MacNeil, professora emérita de engenharia de tecidos da Universidade de Sheffield.

Os testes mostraram que o gel é tão eficiente quanto o minoxidil. Embora o minoxidil possa atrasar a queda de cabelo e promover algum crescimento, a verdade é que a sua eficácia não é universal. A Food and Drug Administration aprovou dois medicamentos para tratar a calvície hereditária: minoxidil e finasterida (Propecia). A finasterida, que só é aprovada para uso masculino, mostrou retardar a queda de cabelo em 80% a 90% dos homens, mas está ligada a efeitos colaterais como depressão, disfunção erétil, diminuição da libido, dor testicular e pensamentos suicidas.

Algumas pessoas com queda de cabelo recorrem a tratamentos a laser ou cirurgias de transplante. Bryan Johnson, especialista em antienvelhecimento, recomenda combinar terapia com luz vermelha, microagulhamento e tratamentos tópicos. Devido às opções limitadas e aos potenciais efeitos adversos, um gel seguro e não invasivo pode ser uma grande revolução no tratamento da calvície.

Se comprovada eficaz em humanos, a desoxirribose poderia também tratar alopecia e estimular o crescimento de cabelo, cílios e sobrancelhas após a quimioterapia. “Esta é uma área que carece de estudo e exige novas abordagens”, relataram os pesquisadores recentemente na revista Frontiers in Pharmacology.

MacNeil mantém um otimismo cauteloso: “A investigação que fizemos está numa fase muito inicial, mas os resultados são promissores e justificam uma investigação mais aprofundada”.

Português lidera estudo inovador sobre tratamento do cancro

Uma equipa de investigadores do Guy’s and St Thomas e do King’s College London descobriu que uma bactéria comum na boca, a Fusobacterium, pode ter um impacto significativo no tratamento de cancros de cabeça e pescoço. Esta bactéria, habitualmente encontrada na cavidade oral, mostrou-se capaz de “derreter” certos tipos de cancro, segundo os cientistas, que se mostraram “brutalmente surpreendidos” com os resultados.

O estudo revelou que pacientes com cancros de cabeça e pescoço que apresentavam Fusobacterium nos seus tumores tinham resultados significativamente melhores. Esta descoberta foi feita ao analisar a resposta dos pacientes ao tratamento, destacando uma melhoria notável na sobrevivência dos mesmos.

O português Miguel Reis Ferreira, principal autor do estudo, explicou que a presença desta bactéria nos tumores está associada a melhores prognósticos. Em culturas celulares, a Fusobacterium mostrou capacidade de matar células cancerígenas, o que levou os investigadores a aprofundarem o estudo dos mecanismos biológicos subjacentes.

Resultados impressionam

Os investigadores colocaram Fusobacterium em culturas de células cancerígenas e observaram uma redução de 70% a 99% no número de células viáveis. Além disso, uma análise de dados de 155 pacientes com cancro de cabeça e pescoço, disponível na base de dados do Atlas do Genoma do Cancro, confirmou que a presença da bactéria estava associada a uma redução de 65% no risco de morte.

Este estudo sugere que a Fusobacterium pode desempenhar um papel terapêutico mais complexo do que o anteriormente conhecido, potencialmente ajudando a orientar novos tratamentos para cancros de cabeça e pescoço, áreas que têm visto poucos avanços terapêuticos nas últimas duas décadas. A Dra. Anjali Chander, coautora do estudo, descreveu os resultados como “notáveis e muito surpreendentes”.

A Guy’s Cancer Charity, que financiou parte do estudo, manifestou orgulho em apoiar esta pesquisa inovadora que visa melhorar o tratamento e a compreensão dos cancros de cabeça e pescoço. Barbara Kasumu, directora executiva da instituição, destacou a importância de continuar a desenvolver tratamentos mais eficazes e compassivos para estes pacientes.

QRishing, a nova fraude que está a dar que falar

O QRishing é uma nova forma de fraude digital que explora a popularidade dos códigos QR. A técnica combina a palavra “QR” com “phishing“, um método tradicional de engano online. O QRishing envolve a substituição de códigos QR legítimos por falsos, direcionando as vítimas para sites maliciosos com o objetivo de roubar informações pessoais e financeiras.

Os códigos QR, ou Quick Response, tornaram-se comuns em muitos aspectos da vida moderna. Desde menus de restaurantes até pagamentos móveis e campanhas publicitárias. No entanto, nos últimos tempos os burlões estão imprimir e distribuir códigos QR fraudulentos, aparentemente legítimos. Ao fazer scan desses códigos, os utilizadores são encaminhados para sites de phishing onde são solicitados a inserir dados sensíveis, como passwords, números de cartão de crédito e outras informações pessoais sensíveis.

Os criminosos utilizam várias estratégias para implementar o QRishing. Uma abordagem comum é colocar adesivos com códigos QR falsos sobre os originais em locais públicos. Outra técnica envolve enviar e-mails ou mensagens com códigos QR fraudulentos, disfarçados como comunicação de empresas conhecidas. Assim que a vítima clica no link malicioso, os dados pessoais são recolhidos sem o seu conhecimento.

Como evitar o QRishing?

Para se proteger contra o QRishing, é essencial adotar algumas medidas de segurança. Verificar a autenticidade do código QR antes de escaneá-lo é fundamental. Desconfie de códigos QR em locais inesperados ou recebidos de fontes não confiáveis. Utilize aplicações de segurança que possam verificar a segurança do link antes de abrir o site. Além disso, manter os sistemas e aplicativos do smartphone atualizados ajuda a proteger contra vulnerabilidades exploradas por fraudadores.

Em resumo, o QRishing é uma ameaça crescente que tira vantagem da confiança dos usuários em códigos QR. Conscientizar-se sobre essa técnica e adotar práticas de segurança adequadas são passos cruciais para evitar cair nesse tipo de fraude.

Os exercícios que deve fazer antes de ir dormir para uma noite de sono mais longa

Um novo estudo da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, sugere que realizar exercícios simples antes de dormir pode aumentar o tempo de sono em cerca de meia hora, desafiando a crença tradicional de que o exercício noturno prejudica a qualidade do sono. A investigação aponta que pausas curtas para exercícios leves podem melhorar significativamente a duração do sono.

Os investigadores focaram em atividades leves, como agachamentos na cadeira, devido à ideia de que exercícios antes de dormir aumentam a frequência cardíaca e a temperatura corporal, dificultando o sono. O estudo envolveu 28 adultos sedentários, que registaram as suas atividades e padrões de sono usando aparelhos de monitorização.

Os participantes foram submetidos a duas sessões noturnas de quatro horas em um ambiente controlado. Numa sessão, permaneceram sentados durante todo o período; na outra, realizaram exercícios de resistência a cada 30 minutos. Os exercícios incluíam agachamentos na cadeira, elevações da barriga da perna e elevações do joelho, cada um realizado por 20 segundos.

Exercício antes de dormir?

O estudo revelou que os participantes que fizeram os exercícios dormiram, em média, 27 minutos a mais em comparação com aqueles que permaneceram sentados. A média de sono foi de 7 horas e 12 minutos contra 6 horas e 45 minutos, respectivamente. As horas de acordar variaram, sendo 7h35 após a sessão prolongada e 8h06 após os exercícios.

Assim, os investigadores observaram que as pausas para exercícios de resistência noturna não afetaram negativamente a qualidade do sono. Além disso, sugerem que a atividade reduz os níveis de açúcar e gordura no sangue após as refeições.

Apesar das limitações do estudo, como o pequeno número de participantes e o ambiente controlado, os resultados indicam que introduzir breves sessões de exercícios leves à noite pode ser benéfico para a qualidade do sono. Especialistas recomendam sete a nove horas de sono por noite para reduzir o risco de diversas doenças crônicas.

É isto que vai acontecer à população mundial nos próximos 60 anos, revela a ONU

A população global deverá atingir seu auge por volta da década de 2080, alcançando cerca de 10,3 mil milhões de pessoas, antes de diminuir ligeiramente, segundo o mais recente relatório das Nações Unidas. Atualmente, com 8,2 mil de habitantes, o número deverá atingir o pico nos próximos 60 anos. Este estudo indica que a população mundial em 2100 será 6% menor do que as previsões feitas em junho de 2013, uma diferença de aproximadamente 700 milhões de pessoas.

Li Junhua, Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Económicos e Sociais, comentou sobre as mudanças demográficas significativas dos últimos anos e atribui esta situação a diversos fatores, nomeadamente a diminuição das taxas de fertilidade em grandes países como a China.

Segundo Li, este pico populacional mais baixo e antecipado é uma notícia positiva para o combate ao aquecimento global, já que uma população menor implica menos consumo e, portanto, menor pressão sobre o meio ambiente. Contudo, sublinha que a redução no crescimento populacional não elimina a necessidade de mitigar o impacto ambiental das atividades humanas.

População cada vez mais envelhecida

Atualmente, mais de um quarto da população mundial vive em 63 países onde o crescimento populacional já atingiu o pico, como China, Rússia, Japão e Alemanha. Nas próximas três décadas, cerca de 50 países, incluindo Brasil, Irão e Turquia, deverão entrar nesse grupo. Entretanto, mais de 120 países continuarão a ver crescimento populacional além de 2054, incluindo Índia, Indonésia, Nigéria, Paquistão e Estados Unidos, conforme a ONU.

A expectativa de vida global, que foi afetada pela pandemia da covid-19, está novamente em ascensão, com uma média de 73,3 anos esperada para 2024 e 77,4 anos até o final do século. Esta longevidade crescente vai resultar numa população global mais envelhecida, situação que se verifica em Portugal há vários anos. Até o final da década de 2070, espera-se que o número de pessoas com 65 anos ou mais atinja 2,2 mil milhões, superando a quantidade de jovens menores de 18 anos, revela o estudo.

5 passos para compreender e controlar a Ansiedade

A ansiedade é uma resposta natural do corpo ao stress. É um sentimento de medo ou apreensão sobre o que está por vir. Para muitos, essa sensação é passageira e situacional. No entanto, para outros, a ansiedade pode ser persistente, interferindo significativamente no quotidiano e nas atividades diárias. Entender como lidar é crucial para manter uma boa saúde mental e qualidade de vida. Aqui estão cinco dicas eficazes para controlá-la.

Praticar a Respiração Profunda

Uma das maneiras mais simples e eficazes de reduzir a ansiedade é praticar a respiração profunda. Este método ajuda a ativar o sistema nervoso parassimpático, responsável por acalmar o corpo. Experimente a técnica da respiração diafragmática: inspire profundamente pelo nariz durante quatro segundos, segure a respiração por sete segundos e expire lentamente pela boca durante oito segundos. Repetir este ciclo várias vezes pode ajudar a reduzir a sensação de ansiedade.

Manter um Estilo de Vida Saudável

Exercício físico regular, uma dieta equilibrada e um sono adequado são fundamentais para gerir a ansiedade. A atividade física libera endorfinas, que são substâncias químicas do cérebro que melhoram o humor e agem como analgésicos naturais. Além disso, uma dieta rica em nutrientes e um bom padrão de sono ajudam a manter os níveis de energia e a estabilizar o humor, reduzindo a probabilidade de episódios de ansiedade.

Evitar o Consumo Excessivo de Cafeína e Álcool

Embora a cafeína possa aumentar a energia e o estado de alerta, o seu consumo excessivo pode exacerbar os sintomas de ansiedade. O álcool, por outro lado, pode parecer relaxante no início, mas o seu efeito pode aumentar a ansiedade. Limitar ou evitar estas substâncias pode ter um impacto positivo na gestão da ansiedade.

Praticar a Meditação e o Mindfulness

A meditação e o mindfulness são práticas que envolvem focar a atenção no presente, ajudando a afastar a mente dos pensamentos ansiosos. A prática regular da meditação pode reduzir a ansiedade ao longo do tempo, proporcionando uma sensação de calma e bem-estar. Existem várias aplicações e recursos online que oferecem guias de meditação e exercícios de mindfulness para iniciantes.

Procurar Apoio Profissional

Se a ansiedade estiver a interferir significativamente na sua vida, procurar a ajuda de um profissional de saúde mental é uma das melhores ações que pode tomar. Terapeutas e psicólogos podem oferecer estratégias específicas de enfrentamento, e em alguns casos, a medicação pode ser necessária para ajudar a controlar os sintomas.

A ansiedade é uma parte natural da vida, mas quando se torna esmagadora, é essencial encontrar maneiras de controlá-la. Praticar a respiração profunda, manter um estilo de vida saudável, evitar cafeína e álcool em excesso, praticar meditação e procurar apoio profissional são passos fundamentais para gerir a ansiedade de forma eficaz. Implementar estas estratégias no seu dia-a-dia pode levar a uma vida mais equilibrada e tranquila.

Este é o número máximo de horas que as crianças podem estar expostas aos ecrãs

Um novo estudo publicado na JAMA Network Open revela que limitar o tempo lazer das crianças em frente aos ecrãs a três horas por semana pode levar a melhorias significativas na sua saúde mental e comportamento em apenas duas semanas.

Atualmente, as crianças passam em média sete a oito horas… por dia em dispositivos eletrónicos para entretenimento. Contudo, uma redução drástica neste tempo mostrou benefícios claros no comportamento geral e bem-estar emocional dos jovens. A investigação, conduzida pela Universidade do Sul da Dinamarca, envolveu 89 famílias com um total de 181 crianças e adolescentes, com idades entre os quatro e os 17 anos.

Metade das famílias participantes foi instruída a limitar o tempo de ecrã dos seus filhos a um máximo de três horas por semana, uma mudança radical em relação à média diária de uso. Os resultados foram notáveis: as crianças que seguiram esta recomendação apresentaram melhorias nos sintomas de internalização e no comportamento pró-social. Em termos comportamentais, estas crianças passaram da categoria “limítrofe” para a categoria “normal” no Questionário de Forças e Dificuldades, uma ferramenta padronizada de avaliação comportamental.

O grande impacto de cada hora a mais

A investigação sugere que menos tempo de ecrã permite às crianças processar melhor as suas emoções e melhorar as interações sociais. Estudos anteriores, como o publicado no JAMA Pediatrics, já haviam indicado que a exposição a ecrãs em crianças até aos três anos pode causar atrasos no desenvolvimento.

Além disso, investigadores da Universidade Drexel identificaram uma ligação entre o tempo de ecrã em bebés e crianças pequenas e o aumento de comportamentos sensoriais atípicos, associados a condições como autismo e perturbação de défice de atenção/hiperatividade (PHDA). Cada hora adicional de tempo de ecrã diário aumentou as probabilidades de problemas sensoriais em 23% aos 18 meses e 20% aos 24 meses.

No entanto, a interação por videochamada foi exceção, possivelmente devido aos benefícios sociais que oferece para o desenvolvimento infantil. Estas descobertas sublinham a importância de monitorizar e limitar o tempo de ecrã das crianças, promovendo atividades que favoreçam o seu desenvolvimento emocional e social saudável.

Análise ao cabelo de Beethoven revela causa de surdez… surpreendente

O compositor alemão Ludwig van Beethoven morreu em 26 março de 1827 após uma longa doença. Durante meses, sofreu de icterícia, inchaço dos membros e do abdómen, além de dificuldades respiratórias. Após a morte, entre os seus pertences, foi encontrado um testamento escrito 25 anos antes, no qual pedia aos irmãos que revelassem ao público o seu estado de saúde.

Hoje, sabe-se que estava surdo aos 40 anos, uma tragédia que desejava que fosse compreendida tanto pessoalmente quanto medicamente. Beethoven viveu quase duas décadas a mais do que o seu médico, mas agora, 200 anos após a sua morte, uma equipa de investigadores decidiu cumprir o seu desejo de forma inovadora: analisar geneticamente amostras autenticadas do seu cabelo.

Johannes Krause, bioquímico do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, na Alemanha, afirmou que o objetivo principal era esclarecer os problemas de saúde de Beethoven, incluindo a perda progressiva de audição. A perda auditiva, que começou como um zumbido, evoluiu para uma intolerância a ruídos fortes e culminou na surdez completa em 1818, impedindo-o de continuar a atuar.

Beethoven sofreu com muitos problemas de saúde

Além da surdez, Beethoven também enfrentou problemas gastrointestinais crónicos e sinais de doença hepática seis anos antes de morrer. Em 2007, uma análise de uma mecha de cabelo de Beethoven sugeriu que o envenenamento por chumbo poderia ter contribuído para a sua morte.

No entanto, um estudo mais recente, publicado em março de 2023, revelou que essa mecha não pertencia a Beethoven, mas a uma mulher desconhecida. As amostras genuínas indicaram que a sua morte foi provavelmente causada por uma infeção de hepatite B, agravada pelo consumo de álcool e outros fatores de risco hepático.

Embora a causa exata da surdez e dos problemas gastrointestinais não tenha sido determinada, a investigação revelou uma descoberta surpreendente: uma incompatibilidade genética no cromossoma Y entre Beethoven e os seus descendentes paternos modernos, sugerindo um evento de paternidade extraconjugal na sua linha ancestral.

“Esta descoberta sugere um evento de paternidade extraparental na sua linha paterna entre a conceção de Hendrik van Beethoven em Kampenhout, na Bélgica, em cerca de 1572, e a conceção de Ludwig van Beethoven sete gerações mais tarde, em 1770, em Bona, na Alemanha”, afirmou Tristan Begg, antropólogo biológico da Universidade de Cambridge.

Autismo pode ter sido herdado dos Neandertais

Um estudo das Universidades de Clemson e Loyola, nos EUA, revelou que uma parte do ADN de Neandertal, que se misturou com o nosso ao longo da evolução, pode estar ligada à perturbação do espetro do autismo. A investigação indica que polimorfismos específicos, ou variações no ADN herdado dos Neandertais, são mais comuns em pessoas com autismo.

A análise incluiu 3.442 indivíduos, com e sem autismo, e mostrou que a associação se mantinha entre diversas populações, embora com diferentes equilíbrios. O estudo identificou 25 polimorfismos que afetam a expressão genética no cérebro, sendo mais prevalentes em pessoas autistas. Em alguns casos, a epilepsia também estava envolvida.

O que mostram os dados

Por exemplo, uma variante no gene SLC37A1 foi encontrada em 67% dos autistas brancos não hispânicos com epilepsia e familiares autistas, comparado com 26% dos autistas sem epilepsia e 22% das pessoas sem autismo ou epilepsia.

Os investigadores destacam que não é a quantidade de ADN de Neandertal que difere, mas sim a frequência de certas partes específicas desse ADN. Este estudo sugere que o impacto dos Neandertais na nossa fisiologia e no desenvolvimento do autismo merece investigação adicional.

Este é o primeiro estudo a evidenciar o papel ativo de alelos raros e comuns derivados do Neandertal na suscetibilidade ao autismo, abrindo caminho para futuras pesquisas sobre o impacto da hibridação antiga no desenvolvimento do cérebro e na saúde humana.

OMS considera produto muito utilizado pelos portugueses “provavelmente cancerígeno”

A Agência Internacional de Investigação do Cancro (IARC) da Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que classificou o talco como “provavelmente cancerígeno“. No entanto, um especialista externo advertiu que esta classificação não deve ser vista como uma “prova conclusiva”.

A decisão da IARC baseia-se em “provas limitadas” que sugerem uma ligação entre o uso de talco e o cancro do ovário em humanos, “provas suficientes” de que o talco causa cancro em ratos, e “fortes provas mecanicistas” que mostram sinais cancerígenos em células humanas.

Estamos perante um mineral natural amplamente utilizado na fabricação de pó de talco para bebés e em cosméticos. A IARC, com sede em Lyon, França, indicou que a maioria das pessoas está exposta ao talco através desses produtos. Contudo, a exposição mais significativa ocorre durante a extração e processamento do talco, bem como na fabricação de produtos que contêm o mineral.

A polémica do talco da Johnson & Johnson

Vários estudos têm mostrado um aumento consistente nas taxas de cancro do ovário entre mulheres que utilizam este produto nos seus órgãos genitais. No entanto, a possibilidade de contaminação do talco com amianto, uma substância cancerígena, não pode ser completamente excluída. “A relação causal entre o talco e o cancro não pôde ser completamente estabelecida”, concluiu a IARC, conforme publicado na revista The Lancet Oncology.

O anúncio surge pouco depois de a Johnson & Johnson, gigante da indústria farmacêutica e cosmética, ter concordado em pagar 700 milhões de dólares para resolver alegações de que enganou os clientes sobre a segurança dos seus produtos. Apesar de não admitir qualquer irregularidade, a empresa retirou o produto do mercado norte-americano em 2020.

Além disso, na sexta-feira, a IARC classificou o acrilonitrilo, um composto químico utilizado na fabricação de polímeros, como “cancerígeno para os seres humanos”, o nível mais elevado de alerta. A IARC citou “provas suficientes” que ligam o acrilonitrilo ao cancro do pulmão. Os polímeros fabricados com acrilonitrilo são utilizados em produtos que vão desde fibras de vestuário a alcatifas, plásticos e outros produtos de consumo.