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Author Archive by Tomás Cascão

Afinal, o que é a Inteligência Artificial?

A Inteligência Artificial (IA) é um campo fascinante da tecnologia que abrange software sofisticado capaz de realizar tarefas de maneira semelhante ao funcionamento do cérebro humano. Esta tecnologia avança ao detetar e responder a características específicas do ambiente, o que inclui a capacidade de aprender a resolver problemas de maneiras inovadoras, reconhecer subtilezas na fala ou demonstrar uma criatividade comparável à humana.

Assim como não existe uma definição única para o pensamento humano, também não há uma linha clara que separe os programas de computador básicos da verdadeira IA. A inteligência artificial pode ser melhor compreendida como um ideal, inspirado na nossa capacidade intrínseca de aprendizagem e resolução de problemas, e não como uma categoria fixa. Esse ideal impulsiona o desenvolvimento de tecnologias avançadas destinadas a tentar resolver algumas das questões mais complexas da humanidade.

A IA manifesta-se em várias formas, entre as quais a “aprendizagem automática”. Esta técnica permite que um programa use informações prévias para aperfeiçoar o seu desempenho em novas situações, aprendendo com experiências passadas e aplicando esse conhecimento em futuras ações. A aprendizagem automática é particularmente eficaz em identificar padrões em grandes volumes de dados, que poderiam passar despercebidos aos olhos humanos.

Uma vertente ainda mais avançada é a aprendizagem “profunda”, que se baseia em redes neurais complexas inspiradas no cérebro humano. Estas podem, eventualmente, operar a um nível muito além do nosso, superando-nos da mesma forma que superamos outras espécies. Espera-se que esses sistemas sejam capazes de tomar decisões que levem a novas formas de aprendizagem, criando arte ou inventando jogos após analisar vastos bancos de dados.

As vozes contra

Contudo, a ascensão da IA não está isenta de riscos. Personalidades como Stephen Hawking e Elon Musk têm alertado sobre os perigos potenciais de uma IA superinteligente, que poderia, eventualmente, tornar-se independente dos humanos. Esta preocupação levou mais de 100 líderes e especialistas em IA a solicitarem à ONU a proibição de robôs assassinos, temendo as consequências imprevisíveis dessa tecnologia.

Além disso, o uso malicioso de IA avançada é uma preocupação crescente. Recentemente, um sistema de previsão de linguagem foi reduzido pelos próprios cientistas que o desenvolveram, devido ao seu potencial perigoso se disponibilizado ao público.

A inteligência artificial já está a transformar o mundo de maneiras inimagináveis há poucas décadas. A questão que permanece é como a humanidade irá escolher fazer uso desta tão poderosa ferramenta. A responsabilidade de moldar o futuro da IA, garantindo que o impacto seja positivo e benéfico, está nas nossas mãos. O desafio será equilibrar a inovação com a ética, garantindo que a IA é usada para o bem comum e não se torne uma ameaça à nossa própria existência.

Inteligência Artificial já consegue identificar Alzheimer com um áudio

Embora as causas da doença de Alzheimer ainda não sejam totalmente compreendidas, os seus efeitos são cada vez mais conhecidos. Como tal, a deteção precoce está cada vez mais eficaz. Um estudo recente da Universidade de Boston apresenta um avanço promissor neste campo. Graças à criação de um algoritmo de inteligência artificial (IA) é possível analisar padrões de discurso e prever a progressão do Alzheimer.

Este novo algoritmo foi desenvolvido para analisar o discurso de pessoas com défice cognitivo ligeiro (DCL) e consegue prever a progressão para a doença de Alzheimer com uma precisão de 78,5%, num período de seis anos. O estudo baseou-se em gravações de voz de 166 indivíduos, com idades entre 63 e 97 anos. Desta forma, a equipa consegue identificar sinais específicos no discurso que estão associados ao declínio cognitivo.

O algoritmo foi treinado utilizando gravações transcritas de voz, e os investigadores sabiam previamente quem tinha desenvolvido Alzheimer, o que facilitou a criação de um modelo de aprendizagem automática. Este modelo consegue agora aplicar-se a novas amostras de discurso, prevendo o risco de Alzheimer com base em padrões identificados. Para uma previsão ainda mais precisa, fatores como a idade e o sexo dos indivíduos foram também incluídos.

Alzheimer: A importância da deteção precoce

“O algoritmo pode calcular a probabilidade de alguém manter a estabilidade cognitiva ou evoluir para a demência”, explica Ioannis Paschalidis, cientista informático da Universidade de Boston. “Queríamos prever o que iria acontecer nos próximos seis anos e conseguimos fazê-lo com uma precisão considerável. Isto demonstra o poder da IA.”

Apesar de não existir cura para a doença de Alzheimer, a deteção precoce oferece várias vantagens. Tratamentos que ajudam a gerir a doença podem ser iniciados mais cedo. Nesse sentido, a deteção antecipada permite mais oportunidades para estudar a progressão da doença e desenvolver tratamentos eficazes. Participantes com alto risco de Alzheimer podem ser incluídos em ensaios clínicos precocemente.

Assim, esta abordagem apresenta-se como uma solução prática e económica, podendo futuramente ser implementada através de aplicações para smartphone. “Se conseguirmos prever o que vai acontecer, temos mais oportunidades para intervir com medicamentos e tentar manter a estabilidade da doença, evitando a progressão para formas mais graves de demência”, acrescenta Paschalidis.

Embora as gravações usadas no estudo fossem de baixa qualidade, espera-se que a precisão do algoritmo melhore com dados mais refinados, levando a uma melhor compreensão das fases iniciais da doença de Alzheimer e das razões pelas quais ela se desenvolve em alguns casos de DCL, mas não em outros.

Afinal, há 3 tipos de massa que podem ajudar a perder peso

Em meio à tendência das dietas de baixa ingestão de carboidratos, a massa é muitas vezes vista como uma indulgência que pode resultar em ganho de peso. No entanto, essa visão pode ser enganadora. Embora tradicionalmente seja composta principalmente de carboidratos, estes são uma fonte essencial de energia para o corpo humano, oferecendo diversos benefícios nutricionais.

Portanto, nem todas devem ser vistas como um ‘guilty pleasure‘. De facto, alguns tipos de massa são ricos em fibras, tornando-se uma escolha mais saudável para quem deseja perder ou manter o peso. Assim, aquelas ricas em fibras ajudam a manter a sensação de saciedade por mais tempo, libertando energia de forma gradual.

Os três tipos de massa

Massa de Lentilhas Vermelhas

É rica em fibras e ferro, além de atender quase todas as necessidades diárias de folato. A nutricionista Lisa Richards afirma ao SheFinds: “É uma excelente fonte de fibras alimentares, que ajudam a promover a sensação de saciedade, reduzindo a probabilidade de comer em excesso.”

Massa de Algas

Derivada de algas nutritivas, é baixa em carboidratos e calorias, sem glúten, e rica em cálcio, magnésio e ferro. Além disso, é uma ótima fonte de iodo, um mineral crucial para a função saudável da tiroide, que regula o metabolismo e auxilia na perda de peso.

Massa de Raiz de Konjac

Também conhecida como shirataki ou “massa milagrosa”, é rica em glucomanano, uma fibra solúvel que absorve água e expande no intestino, prolongando a sensação de saciedade. Além de atuar como um probiótico, nutrindo a flora intestinal, a massa de konjac contribui para uma digestão saudável e controle de peso.

Adicionalmente, é conhecida por ser um estimulante de humor. Estudos recentes mostram que um prato de massa pode fazer as pessoas felizes, evocando memórias positivas e respostas emocionais semelhantes às de uma música favorita. Portanto, ao escolher massas ricas em fibras e prepará-las de maneira saudável, é possível desfrutar deste alimento sem culpa e com muitos benefícios.

É isto que acontece se comer fast food uma vez por semana

A conveniência da fast food é inegável, especialmente para aqueles que têm pouco tempo para cozinhar. No entanto, os perigos do consumo excessivo estão bem documentados, com vários estudos a mostrar que pode ser tão prejudicial como fumar.

Apesar dos riscos, o consumo permanece alto, especialmente nos Estados Unidos. Dados do CDC de 2018 revelam que um em cada três americanos consome fast food diariamente. Um estudo mais recente de 2023 da Drive Research mostrou uma ligeira melhoria, com 20% dos homens e 7% das mulheres a consumir fast food diariamente, enquanto quase dois terços das pessoas o fazem pelo menos uma vez por semana.

Fast food uma vez por semana?

Mas afinal o que acontece se consumir fast food uma vez por semana? Segundo a nutricionista Ana Reisdorf, o impacto varia. Para indivíduos saudáveis, uma vez por semana pode não ter grande efeito, desde que mantenham uma dieta equilibrada e sejam fisicamente ativos. Porém, para pessoas com problemas de saúde como diabetes ou hipertensão, o alto teor de sódio e açúcar pode ser prejudicial.

O nutricionista Cesar Sauza concorda, afirmando que fast food uma vez por semana não deve causar problemas se a dieta geral for rica em alimentos integrais. No entanto, um consumo diário pode levar a ganho de peso e aumento do risco de doenças crónicas.

Para escolhas mais saudáveis, Reisdorf recomenda evitar batatas fritas e refrigerantes, optando por tamanhos de porções menores e bebidas sem açúcar. Sauza sugere ainda evitar alimentos fritos, que absorvem gordura, e escolher porções menores. Em suma, evitar este tipo de comida diariamente é crucial. Consumir uma vez por semana, ou idealmente duas vezes por mês, é aceitável se a dieta restante for saudável e equilibrada.

Se passa o dia sentado, esta bebida muito comum vai fazer toda a diferença

Anos de vida passada em posições sedentárias, como sentado numa cadeira de escritório ou no sofá, podem causar sérios problemas de saúde a longo prazo. No entanto, um estudo recente sugere que o consumo regular de café pode ajudar a combater esses efeitos negativos.

Investigadores da Universidade de Soochow, na China, analisaram dados de mais de 10 mil pessoas nos Estados Unidos e descobriram que aqueles que bebem café diariamente têm menos probabilidade de sofrer as consequências prejudiciais de passar seis ou mais horas por dia sentados.

A pesquisa revelou que, em comparação com os não consumidores de café que mantêm um estilo de vida sedentário, aqueles que consomem café têm 1,58 vezes menos hipótese de morrer por qualquer causa após 13 anos. Este estudo é pioneiro ao explorar como o consumo de café pode neutralizar o risco aumentado de mortalidade associado ao sedentarismo prolongado. Os dados analisados indicam que beber café essencialmente elimina a associação entre estilos de vida sedentários e a mortalidade por doenças cardiovasculares e outras causas.

A verdade é que estas conclusões são particularmente interessantes uma vez que estudos anteriores sugeriram que nem mesmo o exercício físico regular pode proteger completamente contra os efeitos negativos de longos períodos de sedentarismo, como diabetes tipo 2, doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais.

O papel do café no ‘combate’ ao sedentarismo

Entre os 10.639 participantes do estudo, aqueles que se sentavam mais de oito horas por dia enfrentavam maior risco de morte, comparados aos que se sentavam menos de quatro horas por dia. No entanto, o dano associado ao sedentarismo era evidente apenas entre adultos que não consumiam café.

Os resultados mostram que o café pode oferecer um risco reduzido de morte por doenças cardiovasculares, independentemente da quantidade consumida. Além disso, aqueles que bebiam mais de duas chávenas e meia por dia apresentavam um risco menor de mortalidade por todas as causas, em comparação com não consumidores que também eram sedentários.

Embora o estudo não explique exatamente por que o café tem esse efeito protetor, estudos anteriores ligaram a bebida a uma vida mais longa e saudável. A cafeína no sangue tem sido associada a um menor risco de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares, enquanto o café descafeinado, rico em antioxidantes, pode ajudar a reduzir a inflamação e estimular o metabolismo.

Estas associações promissoras indicam que compostos no café podem proteger o cérebro de doenças degenerativas, como Parkinson. Num outro estudo no início deste ano, foi descoberto que pessoas com cancro colorretal que bebiam pelo menos cinco chávenas de café por dia tinham 32% menos chance de recorrência da doença, em comparação com aquelas que bebiam menos de duas chávenas. Além disso, consumir três a cinco chávenas por dia foi associado à maior redução na mortalidade por todas as causas, embora os benefícios diminuíssem após cinco xícaras.

Estudo inédito revela finalmente por que algumas pessoas nunca tiveram covid-19

Uma análise detalhada dos casos de covid-19 revelou finalmente porque algumas pessoas não foram afetadas pelo vírus que causou uma pandemia mundial. A investigação, realizada por uma equipa liderada pelo Wellcome Sanger Institute e pela University College London, no Reino Unido, analisou a atividade genética nos tecidos nasais e no sangue de pessoas que não desenvolveram infecções bem-sucedidas pelo SARS-CoV-2. A descoberta aponta para uma resposta imunitária inovadora que oferece uma defesa eficaz.

Apesar de as vacinas terem reduzido significativamente o risco de morte e complicações graves, pouco fazem para impedir que o vírus se instale no nariz e no sistema respiratório. Para a maioria das pessoas, tal resulta em sintomas leves durante cerca de uma semana. No entanto, um grupo reduzido parece estar imune, mal manifestando sintomas.

A razão pela qual algumas pessoas têm mais proteção não era clara até agora, devido à dificuldade em identificar com precisão o momento da exposição ao vírus. Para superar este desafio, os investigadores realizaram um ensaio de desafio, infetando intencionalmente 36 voluntários saudáveis, entre 18 e 30 anos, com uma estirpe pré-alfa do SARS-CoV-2 em condições controladas.

Entre os participantes, dezasseis nunca tinham sido vacinados e não apresentavam sinais de infeção anterior. “Esta foi uma oportunidade única para observar as respostas imunitárias em adultos sem histórico de COVID-19, num contexto onde fatores como o tempo de infeção e comorbilidades foram controlados”, explicou Rik Lindeboom, biólogo no Instituto do Cancro dos Países Baixos.

As conclusões deste pioneiro estudo sobre covid-19

A análise do sangue e das zaragatoas nasais dos voluntários até um ano após a infeção utilizou a sequenciação do ARN de uma única célula, permitindo uma visão detalhada da atividade celular. A investigação revelou três categorias de infeção: transitória, sustentada e abortiva. Foi no terceiro grupo que se encontrou a chave para evitar a COVID-19.

Ao contrário da maioria das pessoas, que desenvolvem uma resposta imunitária rápida no sangue, os voluntários mostraram uma reação mais rápida e subtil nos tecidos nasais, incluindo a ativação de células T invariantes associadas à mucosa (MAIT) e uma redução nos glóbulos brancos inflamatórios, eliminando o vírus antes de ele se estabelecer.

Além disso, os investigadores encontraram uma expressão elevada do gene HLA-DQA2 nas células nasais antes da inoculação, associado a infecções leves ou assintomáticas pelo SARS-CoV-2.

“Estas descobertas oferecem novos insights sobre os eventos iniciais que determinam se o vírus se estabelece ou é rapidamente eliminado antes de causar sintomas”, disse Marko Nikolić, cientista da University College London. “Compreender a variedade de respostas imunitárias pode ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos e vacinas que imitem estas respostas protetoras naturais.”

Embora os programas de saúde pública tenham mitigado os piores efeitos da pandemia, os mais vulneráveis ainda correm riscos. Entender como o corpo humano combate infecções virais é crucial para enfrentar futuras ameaças.

Este queijo pode ajudá-lo a viver mais tempo (e com mais qualidade)

Um estudo que envolveu 2,3 milhões de pessoas, conduzido por investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade Jiao Tong de Xangai, revelou que o bem-estar mental é o fator principal para um envelhecimento saudável e a longevidade. A pesquisa também encontrou uma ligação significativa com o consumo de queijo.

Liderado pelo Professor Tian-Ge Wang, o estudo aponta que aqueles que são felizes tendem a viver mais, independentemente do seu estatuto socioeconómico. A análise comparou variáveis como perspectivas positivas, sintomas depressivos, neuroticismo e satisfação com a vida com questões de saúde relacionadas com a idade. A conclusão é de que que uma saúde mental debilitada está associada a comportamentos e doenças que reduzem a longevidade.

Surpreendentemente, o estudo também descobriu que aqueles com melhor saúde mental e resistência ao stress consomem mais… queijo. Utilizando 33 fatores para correlacionar saúde mental e envelhecimento físico, os investigadores perceberam que, embora o queijo não seja diretamente responsável pela longevidade, a ingestão de queijo e frutas contribui significativamente para altos níveis de bem-estar. Consumidores de queijos como camembert mostraram um impacto positivo de 3,67% nos fatores de envelhecimento saudável.

O papel da riqueza na longevidade

Por outro lado, hábitos como assistir televisão, fumar, uso de medicamentos, e doenças como a Perturbação de Hiperatividade/Défice de Atenção, AVC, aterosclerose coronária e doença cardíaca isquémica reduzem significativamente a pontuação de envelhecimento saudável. Wang destacou a importância de priorizar o bem-estar mental nas políticas de saúde voltadas para um envelhecimento saudável, sugerindo que manter-se ativo, limitar o tempo em frente à TV e evitar fumar pode melhorar a função cognitiva e prevenir doenças comuns.

Os investigadores descobriram que pessoas com melhor bem-estar mental tendem a ser mais saudáveis com o avançar da idade. Além disso, o estudo concluiu que a riqueza não é necessariamente um indicador de longevidade ou qualidade de vida. Embora o estatuto socioeconómico influencie o acesso a alimentos e cuidados de saúde, bem como as taxas de stress relacionado com o trabalho, a longevidade não é garantida pela riqueza.

O Dr. Cheng-Han Chen, cardiologista, recomendou a mozzarella como uma opção de queijo saudável, afirmando que “é uma boa fonte de proteínas e cálcio e até contém probióticos que beneficiam a saúde intestinal e imunológica, além de ter menos gordura saturada e sódio comparado a outros queijos”.

Ir dormir após esta hora está associado a problemas de saúde mental

Um estudo recente publicado na revista Psychiatry Research indica que hábitos noturnos podem prejudicar a saúde mental. A investigação sugere que ir dormir à uma da manhã pode aumentar o risco de desenvolver transtornos mentais e comportamentais, como depressão e ansiedade.

Os investigadores analisaram o cronotipo – a preferência natural de cada indivíduo para o horário de dormir – e o comportamento real do sono de cerca de 74 mil adultos no Reino Unido. A expectativa era que seguir o cronotipo fosse crucial para a saúde mental, mas os resultados mostraram o contrário.

Independente da preferência de sono, os noctívagos apresentaram maior tendência a sofrerem de problemas de saúde mental. Jamie Zeitzer, professor de psiquiatria e ciências comportamentais na Universidade de Stanford e autor do estudo, afirmou: “Descobrimos que o alinhamento com o cronotipo não é crucial e que, na verdade, ficar acordado até tarde não é bom para a saúde mental”.

A “mente da meia-noite”

Entre os participantes, 19.065 identificaram-se como matutinos, 6.844 como vespertinos e 47.979 como intermediários. Os noctívagos que seguiam o cronotipo tinham de 20% a 40% mais probabilidade de serem diagnosticados com transtornos mentais comparados aos que mantinham um horário de sono mais precoce ou intermediário. Por outro lado, os matutinos tendem a ter a melhor saúde mental.

Os resultados podem estar relacionados com a hipótese da “mente depois da meia-noite”. Ou seja, estar acordado após a meia-noite aumenta o risco de comportamentos impulsivos e prejudiciais. Zeitzer especula que os matutinos, conscientes de que não funcionam bem tarde da noite, evitam más decisões, enquanto os noctívagos podem se sentir bem e tomar decisões questionáveis.

Especialistas recomendam dormir entre sete a nove horas por noite. Zeitzer aconselha noctívagos a adotar uma rotina de sono mais precoce, mesmo que seja difícil e não mude o cronotipo biológico.

Este hábito diário dos portugueses pode ser a razão para as insónias

Para melhorar a qualidade do sono e mitigar as insónias, o especialista em sono e psicólogo clínico Michael Breus recomenda limitar o consumo de café às primeiras horas do dia. “Um dos principais erros que os consumidores de café cometem, e que afeta o sono, é consumir café após o meio-dia”, afirmou Breus ao Well+Good. A cafeína, com seu efeito estimulante prolongado, pode prejudicar o sono e aumentar o risco de insónias, explicou.

Breus sugere que, se cortar o café da tarde for muito difícil, o consumo pode ser estendido até às 14 horas. “Os especialistas geralmente recomendam evitar cafeína pelo menos oito horas antes de dormir, mas isso pode variar conforme a sensibilidade individual à cafeína”, observou.

Café é ‘amigo’ das insónias

A cafeína interfere no sono competindo com a adenosina, uma substância química que induz a sonolência. Adenosina, um neurotransmissor, acumula-se no corpo ao longo do dia, regulando os ciclos de sono-vigília. A cafeína impede este processo, mantendo-nos despertos.

Cada pessoa metaboliza a cafeína de forma diferente, e a genética desempenha um papel crucial na duração do efeito da cafeína no organismo. Algumas pessoas precisam apenas de uma chávena para se manterem alertas, enquanto outras necessitam de várias. Além disso, é recomendável esperar 90 minutos após acordar para consumir a primeira chávena de café. Este intervalo ajuda a equilibrar as hormonas, especialmente a cortisona, principal hormona de stress.

Tatuagens estão cada vez mais ligadas a um cancro bastante raro

Durante muitos anos, o arrependimento foi visto como o principal efeito negativo das tatuagens. No entanto, um estudo recente sugere que há preocupações mais sérias a serem consideradas. As tatuagens tornaram-se uma forma popular de expressão pessoal e comemoração de eventos significativos.

Contudo, os efeitos a longo prazo das tatuagens na saúde ainda são pouco compreendidos. Nos últimos dez anos, os químicos presentes nas tintas de tatuagem têm sido investigados na Europa. Investigações indicam que a tinta não permanece somente na pele. Além disso, é parcialmente transferida para os gânglios linfáticos, desencadeando uma resposta imunitária do corpo.

Para investigar como essa transferência de tinta pode afetar a saúde, uma equipa da Universidade de Lund, na Suécia, conduziu um estudo para determinar se as tatuagens aumentam o risco de linfoma maligno, um tipo raro de cancro que afeta os linfócitos. Os resultados foram publicados na revista eClinicalMedicine.

Na Suécia, onde mais de 20% da população tem tatuagens, há uma longa tradição de manter registos populacionais detalhados, incluindo o Registo Nacional do Cancro. O estudo analisou todos os casos de linfoma diagnosticados entre 2007 e 2017 em indivíduos com idades entre 20 e 60 anos. Foram comparadas 1.398 pessoas com linfoma a 4.193 controlos sem a doença, todos do mesmo sexo e idade.

Os resultados do estudo

Assim, os participantes responderam a questionários sobre estilo de vida e detalhes das suas tatuagens, como tamanho, idade e cores. A análise revelou que indivíduos tatuados apresentavam um risco 21% maior de desenvolver linfoma em comparação com aqueles sem tatuagens, mesmo após ajustamentos para fatores como tabagismo e nível de educação.

Contudo, é crucial lembrar que o linfoma é uma doença rara. Em 2022, a taxa de incidência foi de 22 casos por 100 mil pessoas na faixa etária dos 20 aos 60 anos na Suécia. O estudo também descobriu que o risco não estava relacionado com o tamanho das tatuagens, mas sim com o tempo desde a realização das mesmas. O risco era maior para tatuagens recentes (menos de dois anos) e antigas (mais de dez anos).

Embora esses resultados não justifiquem mudanças imediatas nas recomendações sobre tatuagens, destacam a necessidade de mais pesquisas. As pessoas com tatuagens devem estar cientes de possíveis riscos à saúde e procurar atendimento médico se apresentarem sintomas suspeitos.