Ao fim de quase dois anos desde que começaram a subir, as taxas de juro registam agora o primeiro abrandamento, ainda que não esteja confirmado o início do tão aguardado ciclo de descidas. O Banco Central Europeu decidiu baixar as taxas de juro de referência para a Zona Euro em 25 pontos base. Estão confirmadas as expectativas dos analistas.
Assim, a principal taxa de refinanciamento abranda para os 4,25%, depois de ter estado nos 4,5% durante vários meses. A descida terá efeitos a partir de 12 de julho.
“O Conselho de Governadores do BCE decidiu baixar as três taxas de juro diretoras em 25 pontos base. Com base numa avaliação das perspectivas para a inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força de transmissão da política monetária, é agora apropriado moderar o grau de restrição da política monetária. Estamos determinados a assegurar que a inflação regresse atempadamente ao objetivo a médio prazo de 2%, explicou a Governadora do BCE, Christine Lagarde.
O abrandamento das taxas de juro é sustentado pela evolução positiva da inflação. Desde a última reunião de governadores (em setembro de 2023), a inflação caiu mais de 2,5%.
Taxas descem, mas…
Por isso, o Banco Central Europeu mantem-se cauteloso e não se compromete com uma data para um próximo alívio das taxas de juro. Embora o mercado antecipe já um corte por trimestre até ao final do ano. Uma coisa é garantida: vão manter-se restritivas até que seja atingido o objetivo de 2% de inflação, projetado para 2025.
“O Conselho do BCE continuará a seguir uma abordagem dependente dos dados na definição do nível e da duração adequados da restritividade.”, esclarece o BCE em comunicado.
Em janeiro, Christine Lagarde abriu a porta à revisão em baixa das taxas de juro diretoras que, de alguma forma, influenciam as taxas praticadas nos créditos à habitação.
Ainda assim, a decisão surpreende por ter sido tomada antes mesmo da Reserva Federal dos Estados Unidos (FED) e o Banco Central de Inglaterra. Estes ainda não anunciaram qualquer alívio nas taxas de juro. Aliás, a FED manteve, no início de maio, as taxas num intervalo entre 5,25 e 5,50%.