São cada vez mais os portugueses a passar dificuldades financeiras e o acesso ao crédito – mesmo que mais dificultado – está a tornar a vida de muitas famílias verdadeiramente insustentável. A DECO volta a alertar para a situação e faz um retrato preocupante. Sobretudo nos últimos dois anos, desde que a crise inflacionista atingiu o país.
“Estamos a encontrar muitas famílias com muitos créditos, o que não acontecia há uns anos. Com 20 empréstimos, com muitos cartões de crédito e isso está a acontecer na tentativa de resolver o problema”, explica Ana Passos, da DECO, à SIC Notícias.
Muitas famílias têm-lo feito para garantir liquidez e amortizar empréstimos mais antigos. Além de não estarem a utilizar dinheiro próprio, estão a comprometer-se com o pagamento de outras dívidas e mais juros. Nesses casos, o efeito “bola de neve” pode ser uma realidade se não forem analisados todos os prós e contras.
Há opções: pedir a renegociação ou optar pelo crédito consolidado, por exemplo.
“Muitas famílias têm utilizado o crédito ao consumo para pagar outros créditos, por dificuldades financeiras. E isso vai dificultar ainda mais a vida das famílias”, alerta Ana Passos.
Pedir ajuda? Muitos já o fizeram
É na classe média que existem mais casos de agregados a pedir ajuda. De acordo com a Rede de Apoio ao Consumidor Endividado (RACE), em declarações ao Jornal de Notícias, o maior número de pedidos vem de mulheres solteiras e com rendimentos abaixo dos 1.000 euros/mês.
Em 2022, a RACE moderou quase 700 casos de renegociação de dívidas junto de instituições bancárias ou de crédito. O número disparou em 2023: só no primeiro semestre foram 933.