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Embracing the Charm of Portugal: Expat Life in 2023

Portugal, with its stunning landscapes, rich history, and warm culture, has become an increasingly popular destination for expatriates seeking a new chapter in their lives. In 2023, despite global challenges, the allure of Portugal continued to captivate expats, making it a top choice for those in pursuit of a vibrant and enriching experience.

1. The Allure of Portuguese Lifestyle

Expats in Portugal are drawn not only to the country’s picturesque landscapes but also to its laid-back lifestyle. From the historic charm of Lisbon to the serene beaches of the Algarve, Portugal offers a diverse range of living environments, each with its unique appeal. In 2023, many expats found solace in the country’s welcoming atmosphere and the genuine friendliness of the locals.

2. Digital Nomads and Remote Work

The rise of remote work in 2020 opened new possibilities for expats, and Portugal emerged as an attractive destination for digital nomads. With reliable internet connectivity and a burgeoning co-working scene, Portugal became a haven for those seeking a blend of work and leisure in inspiring surroundings.

3. Affordable Living and Quality Healthcare

Portugal’s cost of living, especially when compared to other Western European countries, remains one of its key attractions. Expats appreciate the affordability of housing, food, and entertainment. Additionally, Portugal’s healthcare system garnered praise for its quality, making it a reassuring factor for those considering a move, especially during the uncertainties of the global pandemic.

4. Cultural Diversity and Integration

Portugal’s rich history of exploration and trade has contributed to its cultural diversity. Expats find a welcoming environment that encourages cultural exchange and integration. Festivals, local markets, and community events provided ample opportunities for expats to connect with both locals and fellow international residents.

5. Navigating Challenges Together

While 2023 presented its share of challenges globally, expats in Portugal appreciated the sense of community and resilience. Whether facing the uncertainties of the pandemic or adapting to new regulations, expats found support networks and a sense of unity that made Portugal feel like home.

In conclusion, Portugal’s timeless charm, coupled with its modern amenities, made it a sought-after destination for expats in 2023. The blend of affordability, cultural richness, and a welcoming community created an environment where expatriates could not only weather challenges but thrive in the midst of them. As the world continues to evolve, Portugal stands as a testament to the enduring appeal of a life well-lived on the Iberian Peninsula.

Habitação: Bordalo II monta tendas em Lisboa na ‘Rua da Angústia’

Após a provocação anterior que muito deu que falar, que envolveu a colocação de um tapete coberto de notas falsas no altar-palco da Jornada Mundial da Juventude em preparação para a visita do Papa, o artista Bordalo II voltou a criar uma obra de protesto, desta vez focando-se nos preços dos imóveis.

A mais recente intervenção, intitulada “Desalojamento Local“, critica a proliferação de alojamentos locais em Portugal e, consequentemente, a falta de casas disponíveis e acessíveis para os portugueses.

“O problema é a ganância do privado Vs. a incompetência do Estado. Não critico turistas, estrangeiros e muito menos imigrantes, mas sim a falta de medidas que consigam equilibrar a balança e parar de expulsar as pessoas que realmente vivem nas cidades, transformando-as em gigantes parques de diversão sem alma”, começou por escrever nas redes sociais.

“Em Portugal, em 2023 há pessoas que se levantam todos os dias para trabalhar 8 ou mais horas e chegam ao final do mês sem sequer conseguir pagar uma casa onde viver”, alerta.

Como forma de protesto, o artista criou a “Rua das Angústias” e instalou quatro tendas que representam casas no Miradouro de São Pedro de Alcântara, em Lisboa. Nas placas de sinalização, apenas se lê referências a hotéis, hostels e postos de turismo, com a frase “Exceto turistas, nómadas digitais e vistos gold”.

Sábado é dia de manifestação

Além disso, o artista também renomeou praças e ruas, como a Praça do Príncipe Real, agora chamada de “Place du Prince Royal”, e a Rua de Campo de Ourique, que passou a ser conhecida como “Rue Champ de D’Ouris”. 

Em jeito de conclusão, apela à participação na manifestação “Casa para viver, Planeta para habitar”, que terá lugar neste sábado, 30 de setembro, em 24 cidades portuguesas. Em Lisboa, a concentração terá lugar na Alameda, enquanto no Porto, o ponto de encontro será na Praça da Batalha.

 

Mosquito que transmite zika e dengue identificado em Lisboa

A espécie de mosquitos Aedes albopictus, conhecida por transmitir os vírus do chikungunya, dengue e zika, foi identificada pela primeira vez em Lisboa.

Originalmente proveniente do Sudeste Asiático, esta espécie é conhecida pela sua capacidade de adaptação a climas temperados e características invasivas. Nos últimos 30 anos, expandiu significativamente a dua distribuição geográfica, estendendo-se agora por todos os continentes.

Na Europa, especialmente em nações do Mediterrâneo que oferecem condições propícias à sua sobrevivência, o Aedes albopictus foi inicialmente identificado na Albânia em 1979 e, posteriormente, em Itália, em 1990. Atualmente, está presente em 26 países europeus.

Mosquito já foi em Portugal detetado em 2017

A descoberta resultou do trabalho da Rede de Vigilância de Vetores (REVIVE), cujas operações foram implementadas em todo o país. A informação foi avançada em comunicado pela Direção-Geral de Saúde.

A verdade é que este tipo de mosquito não é uma novidade em Portugal, pois já tinha sido detetado no norte do país em 2017 e, um ano depois, nas regiões do Algarve e Alentejo. Nos últimos anos, esta espécie espalhou-se pelo sul da Europa, afetando países como Itália, França e Espanha.

Até o momento, em Portugal, não foram identificados agentes de doenças que possam ser transmitidas entre humanos, e não há qualquer registo de pessoas infetadas.

Ainda assim, as autoridades de saúde intensificaram a vigilância entomológica e epidemiológica e estão a implementar medidas para controlar a população de mosquitos.

Cirque du Soleil regressa a Lisboa com OVO e até já há sessões extra

Devido à elevada procura, o espetáculo “OVO” do Cirque Du Soleil terá duas sessões extras nos dias 29 e 30 de dezembro, às 17h00, totalizando agora 13 sessões deste espetáculo. Desta feita, “OVO” estará em exibição em Lisboa de 20 a 30 de dezembro. Os bilhetes para estas novas sessões já estão disponíveis para compra nos pontos de venda oficiais.

“OVO”, cujo título permanece o mesmo em português e no original, narra a história de uma emocionante incursão num ecossistema repleto de vida e cores, no qual insetos trabalham, comem, rastejam, brincam, lutam e até se apaixonam.

Tudo isso acontece num turbilhão de energia grandioso, onde a alternância entre o barulho e o silêncio é um dos principais elementos que certamente surpreenderá até mesmo o espectador mais cético.

O que é o OVO?

A vida pulsa com intensidade nesse universo animado, até que, num certo dia, um misterioso ovo surge no meio dos insetos. A surpresa e a curiosidade proporcionam o enredo perfeito para uma história singular. Além de retratar o ciclo natural da vida, a narrativa aborda o amor inocente entre uma encantadora Joaninha e o desajeitado inseto que nasce desse ovo extraordinário.

“OVO” é a natureza sem disfarces. Um retrato fictício repleto de imaginação, luz, som e emoção, onde cada personagem desempenha um papel que promete revolucionar nossa percepção da natureza.

Sessões OVO | 20 a 30 de dezembro de 2023

20 de dezembro 2023 • Quarta-feira • 21h
21 de dezembro 2023 • Quinta-feira • 21h
22 de dezembro 2023 • Sexta-feira • 17h00
23 de dezembro 2023 • Sábado • 17h / 21h
25 de dezembro 2023 • Segunda-feira • 17h30h
26 de dezembro 2023 • Terça-feira • 21h
27 de dezembro 2023 • Quarta-feira • 17h / 21h
28 de dezembro 2023 • Quinta-feira • 17h
29 de dezembro 2023 • Sexta-feira • 17h / 21h
30 de dezembro 2023 • Sábado • 17h / 21h

Já abriram as candidaturas ao Subsídio de Arrendamento para Lisboa

As candidaturas para o novo Subsídio Municipal ao Arrendamento Acessível da Câmara de Lisboa iniciaram nesta segunda-feira, 25 de setembro, e estarão abertas até 16 de outubro. Este programa visa apoiar mais 200 famílias, ampliando o número de beneficiários que atualmente se situa em 800. O município tem a intenção de chegar a um total de mil famílias apoiadas.

Com um orçamento de 1,6 milhões de euros, o novo subsídio destina-se àqueles que estão a gastar mais de 30% dos seus rendimentos com o pagamento da renda. Além disso, foi concebido para fornecer uma solução habitacional para profissionais deslocados, como polícias, enfermeiros e professores.

O programa inclui duas novidades: a possibilidade de candidatura para pessoas que não possuam um contrato em vigor, mas que planeiam iniciar um; e a elegibilidade de proprietários de imóveis fora da Área Metropolitana de Lisboa. Os interessados podem registar-se e submeter as candidaturas na plataforma Habitar Lisboa.

Condições de acesso

– Cidadão nacional ou estrangeiro com título válido (cartão de cidadão/titulo de residência) e maior de 18 anos;
– Ser titular de contrato de arrendamento ou de contrato promessa de arrendamento, devidamente registado na Autoridade Tributária;
– Ter residência permanente na habitação em Lisboa e estar em situação de cumprimento do contrato de arrendamento;
– Ter uma taxa de esforço suportada pelo agregado habitacional com o pagamento da renda mensal, superior a 30% do Rendimento Mensal Disponível;
– Cada elemento do agregado habitacional tem de possuir uma declaração de IRS relativa ao ano fiscal de 2022, concorrendo com o somatório dos valores do rendimento global constante das respetivas notas de liquidação. Em caso de dispensa da entrega do IRS, poderão concorrer com a certidão de dispensa emitida pela Autoridade Tributária onde conste o montante dos rendimentos auferidos, nos termos do artigo 58 nº 5 do Código do IRS;
– Ter um rendimento global ilíquido compreendido entre os limites mínimo e máximo indicados no Anexo IV do Regulamento Municipal do Direito à Habitação;
– O valor da renda mensal não pode ser superior ao valor máximo da renda elegível de acordo com a Portaria nº 176/2019
– Não acumular o SMAA com quaisquer outras formas de apoio público à habitação, com exceção do apoio extraordinário â renda previsto no Decreto-Lei nº 20-B/2023.

Quer comprar casa em Lisboa? Saiba qual o salário necessário

Não é surpresa que é em Lisboa – com larga margem – que estão as casas mais caras do país e até da Europa. Assim, de acordo com um estudo levado a cabo pela plataforma online HelloSafe, para adquirir uma casa de 100 metros quadrados, é necessário um salário mensal bruto de 6.123 euros. Este valor é substancialmente superior ao necessário para comprar uma casa no Porto, onde são exigidos 3.477 euros por mês.

Porém, a verdade é que a cidade nortenha só ocupa o quatrto lugar do ranking, sendo superado por Madeira, com 3.573 euros, e Faro, que fecha o pódio com 3.495 euros.

Os salários em Portugal

Ora, tendo em consideração que mais da metade da população portuguesa ganhou menos de mil euros por mês em 2022, de acordo com dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, comprar casa em Portugal é cada vez mais uma possibilidade ao alcance de uma minoriz.

Além disso, o salário médio bruto em Portugal não passou dos 1.411 euros. Ou seja, menos de metade do necessário para comprar casa em qualquer um dos distritos dque ocupam o top-10 nacional.

O acesso à habitação é uma das principais preocupações em Portugal, devido aos preços elevados das casas, do arrendamento, das taxas de juros e à dificuldade no acesso ao crédito. Tudo isto para além dos baixos salários da maioria da população.

Os preços medianos das casas no continente ultrapassaram pela primeira vez os 1.500 euros por metro quadrado, chegando a 1.740 euros para habitações novas, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística.

A taxa de esforço em causa

Em Lisboa, o valor mediano das vendas no 1º trimestre de 2023 foi de 3.965 euros por metro quadrado, enquanto no Porto atingiu os 2.609 euros. Isso significa que, em média, uma casa de 100 metros quadrados custaria cerca de 396 mil euros em Lisboa e 260 mil no Porto.

O estudo considera um empréstimo a 25 anos, uma taxa de esforço de um terço e uma entrada pessoal de 10% do valor do imóvel, que é o mínimo atualmente exigido pelos bancos.

Para uma casa de 400 mil euros com um empréstimo de 25 anos, as prestações mensais simuladas ficam nos dois mil euros. Assim, e tendo em conta a taxa de esforço tal traduz-se em valores mensais de cerca de seis mil euros.

Os requisitos variam de distrito para distrito, com valores mensais substancialmente inferiores em cidades como Guarda (771 euros), Portalegre (816 euros) e Castelo Branco (879 euros). A plataforma estima que, em média, o salário mínimo bruto necessário para comprar uma casa de 100 metros quadrados em Portugal seja de 3.147 euros.

E em Espanha?

Em comparação com Espanha, em que a média salarial é de 1.822 euros, um estudo semelhante aponta para um salário de 3.200 euros necessário para obter um empréstimo para uma casa de 100 metros quadrados, destacando a discrepância entre a realidade socioeconômica de Portugal e os preços das casas.

Paris torna-se a primeira cidade europeia a proibir trotinetas elétricas

Paris torna-se pioneira na Europa ao proibir o aluguer de trotinetas elétricas (e-scooters). Muito apreciadas pelos turistas, mas simultaneamente detestadas por muitos habitantes locais, começaram a ser gradualmente retiradas das ruas da capital francesa.

As autoridades estabeleceram esta sexta-feira, 1 de setembro, como a data oficial para encerrar o serviço de aluguer destes veículos.

Essa decisão foi motivada por um referendo que teve lugar em 2 de abril, em que os cidadãos de Paris votaram a favor da medida. Numa decisão que apenas 8% dos eleitores se deslocaram às urnas, 89% dos parisienses rejeitaram o uso das e-scooters como meio de transporte, enquanto apenas 11% apoiaram.

Muitos residentes têm reclamado da condução imprudente dos utilizadores, que frequentemente ziguezagueiam no tráfego a alta velocidade, causando acidentes com outros motoristas e até pedestres.

Medida pode ser adotada em Lisboa

Clément Pette, responsável operacional da empresa Tier, responsável pelo aluguer de scooters, explica que começaram “a remover as nossas cinco mil scooters no domingo passado. E, aos poucos, só as nossas cinco mil bicicletas self-service ficarão nas ruas. Por isso, estamos a remover entre 400 e 500 scooters por dia, entre as 22h00 e 06h00, com seis ou sete funcionários a trabalharem especialmente nesta operação

Paris torna-se assim a primeira cidade europeia a adotar medidas tão drásticas contra as e-scooters. Assim, as empresas do setor pretendem direcionar os seus produtos e serviços para outras regiões. 

Esta é uma medida que poderá estender-se a outras grandes capitais europeias, com Lisboa certamente na linha da frente.

Nómadas digitais estão a abandonar Lisboa e novo destino de eleição surpreende

Em 2022, Lisboa conquistou o título de melhor destino para nómadas digitais, numa análise que teve em consideração 15 cidades. Porém, este ano o cenário é bastante diferente. A capital portuguesa viu a sua posição cair cinco lugares na lista que este ano teve 20 destinos em análise.

O Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, destronou Lisboa e é agora o novo líder. Além disso, Málaga (Espanha), Miami (Estados Unidos) e Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) também superaram a cidade portuguese na preferência dos nómadas digitais, revela um estudo divulgado pela agência Bloomberg, baseado em dados da consultora Savills.

Preços das rendas afastam nómadas digitais

A consultora justifica a queda de Lisboa pelo aumento significativo das rendas, assinalando mesmo que “dispararam”. O Algarve também desceu cinco posições, ocupando agora o nono lugar.

A Savills destaca que o custo das rendas em habitações premium desempenha um papel crucial na decisão dos nómadas digitais. Além disso, têm ainda em consideração fatores como qualidade de vida, clima, velocidade da internet e ligações aéreas.

O Dubai apresenta vantagens em diversos desses aspectos, especialmente pelas inúmeras ligações aéreas a mais 100 países e 240 destinos. Além disso, nos últimos anos, verifica-se um rápido crescimento no setor de tecnologia, o que atrai muitos nómadas digitais.

Málaga é uma estreia e logo diretamente para a vice-liderança. De acordo com a consultora, tal poderá dever-se em grande medida à inauguração do centro global de cibersegurança da Google na cidade espanhola.No terceiro lugar da lista encontra-se Miami, conhecida pelas praias e também pela reduzida carga fiscal.

A urgente caminhada apressada vai continuar?

Durante quase uma semana, Lisboa foi palco da Jornada Mundial da Juventude que reuniu mais de milhão e quinhentos mil (1.500.000) católicos, principalmente jovens, de quase todos os países do mundo (a exceção foi as maldivas (qual será a razão?)), sob o lema “Maria, levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1, 39).

O Papa Francisco abordou esta passagem bíblica durante a vigília realizada no sábado dizendo que Maria quando soube da gravidez da sua prima Santa Isabel levantou-se e saiu apressadamente para ir ter com ela, mesmo estando também ela grávida, numa condição que requeria mais cuidados e precauções de saúde, mas foi por amor. O Santo Padre abordou esse amor com base na alegria. Os Papas são sempre pautados pela sua sapiência, sobretudo o Papa Francisco, mas neste discurso não foi totalmente explícito sobre o significado deste ato de amor e sobre a importância da alegria, pelo menos para os mais incautos. Foi um ato de amor pela alegria do convívio ou pela alegria do desejo de ajudar o outro? Ajudar, não no limite da desgraça, mas na soma e na evolução das qualidades.

Num mundo, onde muitas pessoas têm tantas e tão variadas coisas materiais e imateriais e estão rodeados de família e amigos, existe simultaneamente uma carência enorme de abraços e beijos. Abraçar e beijar não é em muitos casos dar amor, é somente suprimir carências de afeto. Amor é muito mais. É estar lá, já antes do outro estar carente. É estar lá, mesmo à distância para evitar que o outro se perca, que outro se desvie do melhor caminho. É estar lá, para com o outro nos elevarmos na consciência e na dignidade de ambos.

O Papa Francisco foi, durante a Jornada, assertivo em todas as suas ações, em todos os seus discursos, lidando de forma estoica com as condições físicas que os seus 86 anos de idade lhe impõem e deixando a impressão de um homem só ou pouco acompanhado e pouco interpretado pelas cúpulas eclesiásticas, incluindo a portuguesa (existisse um milhar de párocos de firmeza oratória semelhante em Portugal e não tínhamos tanta igreja e capela fechada ou dessacralizada como temos). No entanto, ouviu-se como de costume muito perdão, muita caridade, muita misericórdia, e tão pouca antecipação, tão pouca preparação, tão pouca antevisão, tão pouca prevenção, tão pouca precaução, pois é isso que é estar em vigília, étimo hoje tão ligado somente à meditação conjunta.

Não obstante, a Jornada Mundial da Juventude trouxe à sociedade as incoerências, as negações das desgraças, as confrontações sempre pavorosas para os conservadores atávicos com a necessidade urgente de uma caminhada apressada para as reformas eclesiásticas necessárias. E trouxe sobretudo esperança, esse elemento intangível inexplicável pela ciência que une todas as religiões. A esperança, melhor dizendo a fé numa humanidade e num mundo melhor. Ora, se os mais novos, que são o futuro têm fé, por que razão os mais antigos não sentirão a sua fé reforçada.

A Jornada teve uma escala humana de dimensão extraordinária, não fosse Portugal um país em que 90 % da população é católica, que foi fundado e cresceu enquanto reino e Estado numa égide de reino com religião e credo oficiais cristão e católico, respetivamente, e que no meado dos seus mais de 800 anos de existência, viveu três séculos de prática religiosa obrigatória e exclusivamente católica, (demonstrando o que de pior a Igreja Católica e o Catolicismo tem, ou seja, as fações ultra conservadoras que não toleram os que pensam e sentem de forma diferente). Tais circunstâncias levam a que o catolicismo quase seja um elemento identificador da nacionalidade portuguesa (enquanto identidade cultural), situação ainda a corroborar ou a refutar pelos historiadores, principalmente, os medievalistas.

O certo é que Lisboa foi uma cidade repleta de jovens sadios vindos de todas as latitudes e longitudes, mostrando a mundividência do catolicismo. Foi interessantíssimo perceber como as igrejas da cidade estavam praticamente todas abertas e cheias de crentes, quando muitas delas passam a maioria dos dias fechadas, mesmo aquando de domingos ou dias de comemoração católica.

A cidade tinha as limitações normais, antecipadas, anunciadas e ajustadas a um acontecimento desta natureza. O Santo Padre recebeu os “banhos” de multidão a que está acostumado receber por onde passa. De resto, esta Jornada Mundial da Juventude não se insere nas cinco jornadas com mais peregrinos ou participantes.

Os católicos nacionais comuns de maior idade ligaram e praticaram pouco ou nada da mensagem de Cristo ou papal e aprontaram-se a querer ver em carne e osso, um humano fisiologicamente igual a todos nós, achando que a sua presença trazia benefícios medicinais e espirituais (estes últimos talvez), esquecendo que Cristo e Deus não estão no Papa, estão entre nós.

Os cidadãos menos crentes e residentes na Área Metropolitana de Lisboa foram, como de costume, mais egoístas que os verdadeiros agnósticos e ateus. E queixaram-se da falta de transportes coletivos, da dificuldade de acessos, isto quando alguns até tiveram direito a tolerância de ponto em dois dias da semana. Andam um pouco afastados de Cristo e de Deus e muito carentes (em alguns casos) mas têm fé em reencontrar o caminho da felicidade. Em suma, a cidade teve os problemas de mobilidade pouco ou nada diferentes do habitual. Claro que há problemas, claro que têm de ser resolvidos, mas não culpemos a Jornada Mundial da Juventude por problemas que não foram exponenciados por esta experiência.

A comunicação social televisiva (principalmente) foi pródiga no sensacionalismo e na incoerência moral (seja lá isso o que for). A mesma comunicação social que de forma sensacionalista defende as minorias, voltou a não vestir o fato do laicismo que o nosso país adquiriu a 5 de outubro de 1910 e nunca ou muito raramente o tirou do armário. O mesmo é dizer que não se preocupou com as minorias religiosas e passou a semana a divinizar o que já se proclama divino. Termos subjetivos e elogiosos como fantástico, belo, magnânimo e perfeito (que não é subjetivo, mas é muito mais elogioso do que acertadamente objetivo) foram uma constante. A contrapor este êxtase, mantiveram o sensacionalismo aproveitando cada pequeno incidente, alguns trágicos é certo, como um prenúncio do cataclismo. Desde uma peregrina de 62 anos que faleceu, a um jovem que ficou gravemente ferido ao mergulhar e banhar-se no rio Tejo, passando por uma jovem peregrina que foi atropelada com a fuga imediata do condutor ou a já corriqueira mostra das imagens caóticas nas estações do metro e das paragens de autocarro. Recordemos que a Jornada trouxe à cidade 1.500.000 pessoas. Existem países desenvolvidos que não têm esta população e onde todos os dias acontecem acidentes.

O retorno financeiro para os agentes comerciais da cidade foi na esmagadora maioria, uma quebra de receitas.

Mas voltemos às questões religiosas e ao lema da Jornada. Durante esta Jornada Mundial da Juventude houve de tudo. A Igreja Católica mostrou a muitos dos seus crentes, mesmo aos não facciosos, que o catolicismo é apenas mais um credo, mais uma forma de ver o mundo e a humanidade, e não a melhor forma de ver o mundo e que a prioridade não é a conversão, é a convivência com o diferente. Para tal integrou na Jornada um evento organizado pela Universidade de Lisboa que consistiu em plantar árvores no Jardim Botânico Tropical. Cada árvore foi plantada por um jovem de credo e religião diferentes. Nesta iniciativa estiveram jovens islâmicos, judeus e hindus, pelo menos, mostrando a multireligiosidade a que os lisboetas tantas vezes apregoam (talvez abusivamente) de multiculturalidade. A mensagem foi de paz, de fraternidade, de respeito, de convivência, mas também de ecologia, como desde há umas décadas se diz. Foi neste último capítulo que os jovens católicos, muitos deles provavelmente ativistas climáticos, reprovaram claramente ao deixar o Parque Tejo no fim da eucaristia dominical e última cerimónia com presença papal, substancialmente sujo e poluído com restos de lixo. Muito há ainda a fazer para os jovens perceberem o que é a responsabilidade e perceberem que ser adulto exige maturidade e que ser melhor é ser coerente. Eu bem sei que é difícil. Eu próprio também pertenço a essa geração que no caso ocidental são os filhos da geração baby boom, e também eu, fui mimado pelos meus avós a ponto de quando partia uma jarra, as minhas avós quase dizerem que a culpa era da jarra. Mas temos de ser algo mais do que meninos e meninas bonitas que temos direito a gritar, exigir e protestar. Temos de ser os agentes da mudança, como Jesus Cristo foi e alude os outros a serem. Como disse o Papa Francisco na despedida (talvez de forma um pouco perigosa no campo interpretativo), não estamos cá para ser servidos, estamos para servir (eu acrescentaria desde que dignamente e desde que sejamos respeitados).

Também na zona de Belém, mais concretamente no Parque Vasco da Gama estava o Parque do Perdão com inúmeros confessionários construídos por reclusos que merecem como todos os outros ser perdoados pelos pecados cometidos. Foi nesta zona que um conjunto de jovens ao fazerem o apelo a esta situação, foram interpelados e ofendidos por outros jovens católicos que acham que os criminosos não têm direito a perdão, nem ajuda. Antes, devem agonizar na sua mágoa e ficar perdidos na sua incompreensão. Tal ato, veio mostrar que ainda se formam católicos, sobretudo portugueses, no princípio de que existem pessoas de primeira e pessoas de segunda classes e só os de primeira classe merecem perdão. São jovens que vivem na anacronia dos tempos, pois até já o direito civil estabeleceu o fim das classes (sociais) na Europa com as revoluções liberais no final do século XVIII e no início do século XIX.

Outra das incoerências da fé deu-se ainda antes da Jornada Mundial da Juventude ter chegado a Lisboa. Uma semana antes da Jornada, a Católica Lisbon Business and Economics e a Católica Porto Business School, divulgavam nas suas redes sociais digitais a apresentação de uma formação que dá pelo nome de Programa Executivo de Gestão do Luxo. Ora, o Papa Francisco, logo no seu segundo dia da presença em Lisboa visitou e deu uma palestra na Universidade Católica em Lisboa e no terceiro dia visitou o bairro da Serafina para ver as condições de pobreza em que alguns lisboetas ainda vivem. Como se pode combater a pobreza, gerindo o luxo? E deve ser uma instituição de ensino universitário gerida pelos católicos a ensinar como se gere esse excedente ostentativo, a que chamamos luxo?

Por falar em luxo, lembro-me logo do pecado mortal da luxúria. Eu bem sei que as palavras não são sinónimas, embora estranhamente luxúria partilhe a origem do étimo latino com luxo e não com a sinónima lascívia. Melhor dizendo, não podiam faltar os assuntos sexuais, tão temerosos, tão imundos e tão promíscuos que devem ficar fechados no íntimo de cada um e só devem ser colocados em prática aquando da necessidade de procriação humana, ignorando tais estímulos enquanto necessidade biológica, como esses terríveis cientistas por esse mundo fora mostram e explicam. Alguém sabe ao certo o que Jesus Cristo disse, pensou ou agiu sobre a atividade sexual? Nem sequer sabemos, como certos teólogos como Santo Agostinho, que até aos 33 anos teve uma vida sexual provavelmente muito mais ativa e variada que muitos de nós, reescreveram partes do evangelho para a doutrina ser o que é. O que sabemos é que houve uma missa realizada para a comunidade LGBT que foi invadida e interrompida por um grupo de jovens católicos fanáticos. O que sabemos é que um grupo de transsexuais e transgéneros foi ofendido por um grupo de participantes na Jornada Mundial da Juventude. O que sabemos é que a Igreja Católica Portuguesa continua a ter muita dificuldade em assumir o escândalo da pedofilia, tirando honrosas exceções como o bispo emérito das Forças Armadas e segurança D. Januário Torgal Mendes Ferreira. O que sabemos é que o Papa Francisco já percebeu que a Igreja Católica e os católicos têm de se levantar (como o espetáculo da vigília de sábado incitou nos céus de Lisboa) e caminhar apressadamente, ainda que não ansiosamente, como diz, e reformar toda esta mentalidade arcaica (não confundir com tradicionalismo) que ainda nos rodeia.

E eu, se me permitem, acho que a esperança está no Papa, nas pessoas, mas não no clero português com todo o respeito pelos seus representantes. E eu tenho a certeza de que sou católico e que quero continuar a ser católico, não para ler as mnemónicas orações libertadoras espiritualmente para muitos, e a viva-voz citadas coletivamente, não só, mas principalmente aos domingos de manhã (com todo o respeito pelos meus concrentes); mas principalmente para colocar em prática (na dimensão humilde que possuo) a mensagem que Jesus Cristo deixou há dois milénios atrás.

Papa Francisco alerta aos jovens para os perigos das redes sociais

Papa Francisco alerta aos jovens para os perigos das redes sociais

O primeiro banho de multidão aconteceu hoje no Parque Eduardo VII, temporariamente baptizado “Colina do Encontro”, onde Francisco encontrou uma multidão de jovens de várias nacionalidades gritando “está é a Juventude do Papa”.

Já no palco, Francisco assistiu a diversos momentos musicais e performances artísticas que culminaram com um desfile de bandeiras das nacionalidades dos peregrinos das JMJ.

Num discurso curto o Papa alertou, como tem feito em diversos momentos do seu Pontificado, para os perigos das redes sociais, das “ilusões do mundo virtual”, dos algoritmos e dos “lobos que se escondem por detrás dos sorrisos de falsa bondade”. Francisco, o Papa das periferias, exortou os jovens, que são “alérgicos a falsidades e a palavras vazias”, a criar espaço para todos na Igreja.

O seu discurso terminou com o apelo do Papa a que todos os jovens se conectem com Cristo e que desfrutem das JMJ.